Caso Marielle: “novos elementos podem surgir”

Investigação da Polícia Federal aponta mandantes, executores e intermediários; contudo, ainda há pontos precisando de maior aprofundamento


Por Pedro Rafael Vilela, repórter da Agência Brasil | De Brasília (DF)

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou neste domingo, dia 24, que as investigações da Polícia Federal (PF) levaram ao esclarecimento dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorrido há pouco mais de seis anos, em 14 de março de 2018, no centro do Rio de Janeiro.

Todavia, não se descarta o surgimento de “novos elementos” em torno do caso, conforme afirmou o ministro, em coletiva à imprensa para explicar a conclusão do relatório.

Mais cedo, a Operação Murder Inc, deflagrada pela PF, prendeu preventivamente, na capital fluminense, Domingos Brazão, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), o deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ), e Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro.

MANDANTES

A Polícia Federal concluiu que os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão contrataram o ex-policial militar Ronnie Lessa para a execução do crime.

Os investigadores mostram que o plano para executar Marielle contou com a participação de Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Policia Civil do Rio.

Segundo a PF, Rivaldo “planejou meticulosamente” o crime.

Todas essas conclusões estão no relatório final da investigação, divulgado após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirar o sigilo do inquérito.

O relatório, de mais de 470 páginas, cita que a oposição de Marielle Franco aos interesses dos grupos políticos e milicianos dos irmãos Brazão estaria na motivação do crime, conforme explicou o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, na mesma coletiva.

“[A] motivação tem que ser analisada no contexto. O que há são várias situações que envolvem […] a questão ligada a milícias, disputa de territórios, regularização de empreendimentos. Há seis anos, havia um cenário e culminou nessa disputa”, afirmou o delegado.

https://www.youtube.com/watch?v=nUpT6OII6Go

A entrada da Polícia Federal no caso Marielle ocorreu em fevereiro do ano passado, por decisão do então ministro da Justiça, Flávio Dino.

Segundo Lewandowski, até que surjam novos elementos, o assassinato de Marielle e de Anderson, fuzilados dentro do carro enquanto voltavam de uma atividade de trabalho, foi finalmente desvendado e encerrado.

“Temos bem claro os executores deste crime odioso, hediondo, por ser de natureza claramente política. A polícia, em suas investigações, identificou os mandantes e os demais envolvidos nessa questão. É claro que poderão surgir novos elementos, que levarão a um relatório complementar da Polícia Federal, mas, neste momento, os trabalhos foram dados como encerrados”, afirmou o ministro.

https://www.youtube.com/watch?v=kazLfPslYJg&pp=ygUJdHYgYnJhc2ls

O diretor-geral da PF endossou: “De fato, a nossa conclusão é essa. Esses são os mandantes do crime. Nesse momento, a PF encerra essa fase da investigação, apontando não só os mandantes, mas também apontando os executores e os intermediários que, de alguma maneira, tenham relação com o crime. Isso não invalida que eventuais outras outras ações sejam adotadas, a partir, inclusive, dessa etapa das apreensões e análise de materiais que vai ser feita e encaminhada ao Poder Judiciário”.


Imagem em destaque: o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski e o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, em coletiva sobre o relatório que apontou mandantes e motivação do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. Foto: José Cruz/ Agência Brasil




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