Trabalho e renda na produção sustentável de ostras no Maranhão

Pesquisa da Universidade Estadual confirma potencial da atividade, feita de forma artesanal e respeitando a natureza. Pescadores e marisqueiras aprovam


Por Débora Souza, da Assessoria de Comunicação da Uema | De Primeira Cruz (MA)

O Maranhão tem uma extensa costa marítima, com 640 quilômetros, muitas reentrâncias e clima favorável para o desenvolvimento de atividades pesqueiras e  de aquicultura.

Entre as comunidades que vivem próximas à área litorânea, há famílias que praticam atividades de pesca para subsistência e fazem isso de modo artesanal.

Como forma de ajudar na melhoria da qualidade de vida das comunidades envolvidas nessas práticas, pesquisadores de Laboratório de Fisioecologia, Reprodução e Cultivo de Organismos Marinhos da Universidade Estadual do Maranhão (Fisiomar/Uema), realizaram, entre 2018 e 2019, a implantação de uma unidade demonstrativa de autogestão de cultivo de ostra nativa Crassostrea gasar no povoado de Areinhas, no município de Primeira Cruz.

Os pesquisadores acreditam que a ostreicultura (cultivo de ostras) seria uma alternativa sustentável e economicamente viável para as comunidades de pescadores artesanais, já que a atividade em si tem custo baixo para ser executada.

O ponto de partida foi reunir com pescadores e marisqueiras para capacitá-los tecnicamente sobre os métodos de produção mais adequados de aproveitamento dos recursos do mar daquela cidade.

CAPACITAÇÃO

A capacitação foi realizada por uma equipe de quatro pessoas (o coordenador e três alunos participantes do projeto).

“Eu fui informado que viria o projeto da ostra para a sede de Primeira Cruz e pedi que a pessoa viesse a Areinhas que eu apoiaria ele. Nunca teve algo assim aqui. Eu conhecia a ostra, mas não sabia o significado dela, que é muito importante. Eu sou apenas um cidadão e enxerguei que esse projeto será muito bom para gente”, contou o pescador e morador de Areinhas, Antônio Reis.

PESCADORES E MARISQUEIRAS

Com o envolvimento dos pescadores e marisqueiras, foi montada a unidade de produção.

A metodologia de cultivo foi baseada em experiências anteriores feitas nas cidades de Raposa e Humberto de Campos, onde a amplitude da maré oscila entre 3m e 7m, provocando fortes correntezas.

Desse modo, as técnicas mais apropriadas são cultivos em estruturas fixas chamadas camas.

As camas (feitas de canos de PVC ) foram instaladas nas margens do estuário, deixando as ostras expostas por, no máximo, duas horas por dia, momento que também são realizados o manejo das ostras e limpeza das estruturas de cultivo.

A troca de conhecimento entre pescadores e marisqueiras e os pesquisadores. Foto: divulgação Uema

O primeiro povoamento das estruturas de cultivo ocorreu no mês de janeiro de 2018, com sementes obtidas pelos pescadores no ambiente natural do povoado de Areinhas.

Após isso, foram feitas análises para traçar os parâmetros de crescimento e sobrevivência da ostra nativa Crassostrea gasar.

As pesquisas concluíram que a região é favorável para a prática da ostreicultura sustentável porque apresenta um ambiente estável para um bom crescimento das ostras cultivadas.

ENGAJAMENTO

No entanto, o sucesso da atividade também depende do engajamento dos pescadores e marisqueiras ao implementar os métodos adequados.

“A gente realmente espera que esses trabalhos sejam um piloto que possa ser desenvolvido também em outras regiões. Trabalhamos com um grupo pequeno no intuito de geração de renda para a comunidade carente de Areinhas. Essa atividade poderia servir como um complemento de renda para os pescadores, uma vez que a atividade de cultivo das ostras não exige que estejam todos os dias trabalhando”, defende o coordenador do Fisiomar/Uema, Ícaro Gomes.


Imagem em destaque: o trabalho de pescadores e marisqueiras com a produção de ostras, no Maranhão. Foto: divulgação Uema



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