Hora de voltar às bases

Só a reaproximação com os interesses do povo vai ser capaz de estimular na nação forças para enfrentar a entrega do patrimônio nacional, a retirada de direitos e a ameaça da democracia que a chapa eleita representa

Por Wagner de Alcântara Aragão e Lindrielli Rocha Lemos | De Curitiba (PR)

A democracia brasileira, já fragilizada desde o golpe de 2015-2016, está seriamente ameaçada com a eleição de Jair Bolsonaro e seu vice, General Mourão.

Você, todos nós sabemos que Bolsonaro ganhou visibilidade por disseminar discurso de preconceito, racismo e ódio contra quem é e pensa diferente. Nunca escondeu ser a favor da ditadura. Ser a favor da tortura. Idolatrar torturador.

Passada a ressaca da eleição, a luta continua.

Pela defesa da democracia, contra a onda fascista que a eleição de Bolsonaro e Mourão representa.

Continua também a luta contra o entreguismo.

Porque Bolsonaro e Mourão não foram eleitos, prioritariamente, para reimplantarem a ditadura.

Foram eleitos para implementarem a política de entrega do patrimônio público do ministro da Fazenda anunciado desde o início, Paulo Guedes.

Que é a política que interessa ao capital estrangeiro.

Será a entrega do pré-sal, que começou com a derrubada de Dilma Rousseff.

Será a entrega do Banco do Brasil e da Caixa, sucateados depois da derrubada de Dilma Rousseff.

Será a entrega da Eletrobrás, ensaiada depois da derrubada de Dilma Rousseff.

Será a entrega dos Correios, preparada depois da derrubada de Dilma Rousseff.

Será a entrega da água do Aquífero Guarani, das riquezas minerais dos nossos solos.

Será a entrega do orçamento público para os bancos, com a emenda constitucional 95 e o congelamento de investimentos em educação e saúde que faz sobrar dinheiro para irrigar o sistema financeiro.

Se, para isso – isso sim, a verdadeira corrupção – for preciso empregar a força, não tenhamos dúvidas de que será empregada pela chapa eleita.

As escolas e universidades públicas e quaisquer outros espaços de pensamento vão ser sucateados sob a desculpa de “varrer” vermelhos.

A vigilância opressora, sob a desculpa da “ordem e progresso”, será constante.

A luta precisa continuar, mas como?

Voltando às bases.

Com conversa.

Menos meme em rede social, menos discurso panfletário, menos firula, e mais conversa, tête-à-tete.

Como tivemos nestes últimos dias de campanha, na mobilização chamada “vira voto”.

Mas essa conversa não pode ficar só pra eleição.

Deve ser uma prática cotidiana. Principalmente sobre esse entreguismo que citamos mais acima.

Uma conversa paciente, didática, dialógica.

Com arte, esporte, reflexões, todavia com falas também mais objetivas, pragmáticas.

Que privilegie os pontos de convergência, não de divergência.

Esse trabalho de base foi o que faltou.

Boa parte das fakes news colaram porque o terreno estava fértil para mentiras absurdas brotarem.

Boa parte da incompreensão do que representaram os governos Lula e Dilma para o Brasil (no balanço de erros e acertos) se deve à falta de uma luta de base cotidiana.

Vamos, pois, retomá-la.

Não por Lula, Dilma ou PT.

Sim pelas conquistas, que estamos perdendo; sim porque temos direito a mais, muito mais.

Por aqui, seguiremos noticiando. Com fidelidade à realidade factual, sob o ponto de vista dos interesses populares.

*Wagner de Alcântara Aragão (@waasantista), editor geral da Rede Macuco; Lindrielli Rocha Lemos (@lindrielli), produtora geral da Rede Macuco

Imagem em destaque: grupo conversa em Belo Horizonte com eleitores, na mobilização “vira voto”


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