Ferramenta destaca perfil de mulheres negras a empresas de TI

Criada pela PretaLab, tem como objetivo tornar o mercado – caracterizado por baixa diversidade de gênero e racial – mais democrático e inclusivo.

Da Rede Brasil Atual | De São Paulo (SP)

Homens, brancos, jovens de classe sócio-econômica média e alta, e que começaram a vida profissional a partir de centros formais de ensino. Esse é o principal perfil das pessoas que trabalham com tecnologia no Brasil, setor que deixa de fora principalmente as mulheres negras, como mostra levantamento realizado pelo PretaLab em parceria com a Thoughtworks.

Divulgado na semana passada, a pesquisa “Quem coda o Brasil?” indicou que em 21% das equipes de tecnologia do país não há sequer uma mulher, enquanto que em 32,7% dos casos não há nenhuma pessoa negra e, em 95,9% das vezes, não havia nenhuma pessoa indígena entre os profissionais das empresas de TI.

Com dados coletados entre novembro de 2018 a março de 2019, em 21 estados brasileiros, incluindo o Distrito Federal, o estudo comprovou que além da baixa diversidade de gênero, por um recorte racial, a área de tecnologia é principalmente desigual para as mulheres negras.

Para a diretora de Programas da Olabi e coordenadora da PretaLab, Silvana Bahia, esse quadro de pouca representatividade é resultado da baixa qualificação, do preconceito, da falta de conscientização das empresas, mas também da dificuldade em olhar para o acesso e manutenção dessas pessoas nos espaços corporativos.

FERRAMENTA DIGITAL

Foi pensando nessas falhas que a organização social, criada para democratizar a produção de tecnologia, lançou na quinta-feira (dia 29) uma ferramenta digital que reúne perfis de mulheres negras que trabalham em tecnologia em diversas áreas.

“Agora a gente espera estourar as bolhas e chegar em mais pessoas. Isso é um desdobramento de um levantamento que fizemos em 2017, mas agora com cara e link de rede social, uma resposta para isso de ‘ah, não encontro mulheres negras qualificadas nessa área’. Entra lá que você encontra”, destaca a coordenadora aos jornalistas Glauco Faria e Nahama Nunes, da Rádio Brasil Atual.

As mulheres negras e indígenas que querem se cadastrar, podem fazer o registro na aba “perfis” disponível no site da PretaLab. De acordo com Silvana, antes mesmo da plataforma vir a público já tinham mais de 100 perfis cadastrados.

Mesmo em meio ao contexto de desemprego, que prejudica em sua maioria mulheres negras e jovens como mostram dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o mercado de tecnologia tende a ser promissor no Brasil.

Segundo dados da Associação Brasileira de Startups, o setor irá precisar de cerca de 420 mil profissionais até 2024.

“É por isso que a gente quer estimular que as mulheres negras olhem para esse cenário como oportunidade de empregabilidade e renda, e na diversidade na produção de tecnologia (…) A gente se pergunta muito pouco sobre quem produz as tecnologias e a quem elas estão servindo. Ter mais diversidade pode de fato transformar a sociedade”, avalia Silvana.

Imagem em destaque: Silvana Bahia, diretora de projetos do Olabi e coordenadora do PretaLab. Foto: Safira Moreira/Olabi


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