Pelo tombamento do Sacolão Volante. Por G. O. Aragão

“Caiu no agrado da população dos bairros e tem um papel agregador impressionante,  diferentemente da impessoalidade dos supermercados que não admitem a “pinduração” de contas ou a barganha de preço”


COISAS DO RIO
Por Geraldo Oliveira Aragão* | Do Rio de Janeiro (RJ)

Fico a pensar se o que tenho a dizer fosse inspiração de João do Rio, Paulo Mendes Campos, Marques Rebelo, Lima Barreto, Joaquim Maria Machado de Assis e por aí afora… mas estas figuras são muito grandes para tratar de coisas tão suburbanas…

Aliás, nos dias de hoje há políticos oportunistas fazendo defesa ardorosa da figura do suburbano, que, há meu ver, nem exite no município do Rio de Janeiro, pelo menos na sua acepção original (linha divisória entre o urbano e o rural), nem em vários municípios da baixada fluminense.

Morador no Rio há 55 anos, trago na memória as figuras do amolador, cantada por Jackson do Pandeiro e de passageiros do bonde de Santa Tereza, que viajavam nos estribos para não pagar passagem e nem eram molestados pelos cobradores, e nessa esteira vem o tintureiro de roupa, o sapateiro e tantos mais…

Em tempos de Iphan – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e de pessoas sensíveis à memória do Rio, ouso pautar como necessário o tombamento da figura popular do ‘SACOLÃO VOLANTE’, que mesmo não sendo tão antiga, caiu no agrado da população dos bairros e tem um papel agregador impressionante, diferentemente da impessoalidade dos supermercados que não admitem a “pinduração” de contas ou a barganha de preço. Só no cartão de crédito com seus juros imorais, que contam com o beneplácito das autoridades monetárias.

Exemplo do qual sou testemunho é o situado  nas esquinas das ruas Picuí com Pinto de Campos, em Bento Ribeiro, onde toda sexta-feira há uma verdadeira confraternização de várias gerações e talentos diversos: escritores, pintores (de parede, de automóveis e até clássico da Escola Nacional de Belas-Artes, da UFRJ), professores, cordelistas, sambistas etc. Tudo isso no BOTEQUIM DO TUNINHO, que tem sua fundação no “fatídico” ano de  1964.

Venha conferir.

G. O. Aragão – agosto /2023


Imagem em destaque: Sacolão Volante no bairro Bento Ribeiro, Rio de Janeiro. Por @waasantista


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