IBGE atualiza pesquisa, e indica que na Mata Atlântica é onde a situação é mais crítica; confira informações também sobre Cerrado, Caatinga e Pantanal
Por Caio Belandi, da Agência de Notícias do IBGE | Do Rio de Janeiro (RJ)
O IBGE divulga hoje (24) a atualização dos dados sobre espécies ameaçadas de extinção, referente ao ano de 2022. As informações fazem parte da
A pesquisa “Contas de ecossistemas: espécies ameaçadas de extinção no Brasil”, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística”, foi atualizada.
A nova versão, divulgada em 24 de maio último, leva conta informações obtidas com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e com o Centro Nacional de Conservação da Flora do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (CNCFlora/JBRJ).
De 2014 a 2022, o número de espécies avaliadas aumentou tanto na flora quanto na fauna.
Atualmente, são reconhecidas no Brasil um total de 50.313 espécies de plantas e 125.251 espécies de animais.
A quantidade de espécies avaliadas da flora saiu de 9% (4.304 espécies) para 15% (7.517 espécies) das espécies reconhecidas. Na fauna, o aumento foi menor: de 10% (12.009) para 11% (13.939).
Entre as espécies ameaçadas, isto é, as classificadas como “criticamente em perigo”, “em perigo” e “vulnerável”, de acordo com os critérios metodológicos preconizados pela International Union for Conservation of Nature (“União Internacional para a Conservação da Natureza”, da sigla em inglês IUCN), houve leves reduções na proporção tanto da flora (de 47,4% para 42,7%) quanto da fauna (de 9,8% para 9%), explicada em parte pelo aumento do número de espécies avaliadas em 2022.
MATA ATLÂNTICA SEGUE COMO O BIOMA COM MAIS ESPÉCIES EM RISCO
Quando se avaliam as espécies ameaçadas a partir dos biomas brasileiros, a pesquisa aponta que todos tiveram aumento em números absolutos, com exceção do Pampa.
De acordo com o estudo, a Mata Atlântica, assim como em 2014, segue com o maior número de espécies avaliadas (de 9.042 em 2014 para 11.811 em 2022) e, também, com a maior quantidade de espécies ameaçadas (de 2.016 para 2.845).
OITO JÁ EXTINTAS
Além disso, também é o bioma com o maior número de espécies extintas: eram sete em 2014, passando para oito em 2022, com a inclusão da Perereca-gladiadora-de-sino (Boana cymbalum).
Ela se junta a outras oito espécies da fauna nativa brasileira extintas nos diferentes biomas: as aves Maçarico-esquimó (Numenius borealis), Gritador-do-nordeste (Cichlocolaptes mazarbarnetti), Limpa-folha-do-nordeste (Philydor novaesi), Peito-vermelho-grande (Sturnella defilippii), Arara-azul-pequena (Anodorhynchus glaucus), e Caburé-de-pernambuco (Glaucidium mooreorum); o anfíbio Perereca-verde-de-fímbria (Phrynomedusa fimbriata); o mamífero Rato-de-Noronha (Noronhomys vespuccii), além da ave Mutum-do-Nordeste (Pauxi mitu), espécie extinta na natureza e que atualmente depende de programas de reprodução em cativeiro.
A Mata Atlântica registra perdas importantes na quantidade de área de cobertura natural ao longo dos séculos.
CERRADO, CAATINGA E PANTANAL
A passagem de 2014 para 2022 também não alterou a situação do Cerrado, que ocupou o segundo lugar em número de espécies ameaçadas nos dois períodos pesquisados, passando de 1.037 para 1.199.
Em seguida, a Caatinga, que passou de 395 para 481. A Amazônia passou de 311 em 2014 para 503 em 2022. Também o Sistema Costeiro-Marinho apresentou um acréscimo, de 166_ para _170. O Pampa mostrou redução, passando de 234 para 229.
O Pantanal apesar do acréscimo de nove espécies ameaçadas (de 65 para 74) continua sendo o bioma com menor número absoluto de espécies ameaçadas, considerando o conjunto de espécies avaliadas.
No que diz respeito aos ambientes, a maior parte das espécies avaliadas tanto para fauna quanto para flora são de ambiente terrestre.
Houve aumento de 65% para 70%, de 2014 para 2022, evidenciando o aumento de conhecimento concentrando-se nesse tipo de ecossistema.
Em seguida, organismos de ambientes de água doce, com redução de 39% para 37%; e, por fim, de ambiente marinho (de 16% para 15%).
O estudo Contas de Espécies Ameaçadas faz parte das Contas Econômicas Ambientais do IBGE e representa mais uma etapa do projeto de incluir os indicadores ambientais do país nas Contas Nacionais.
Clique aqui e acesse mais dados e informações.
Imagem em destaque: A lobo-guará Canelinha, que faz parte de um projeto de conservação do ICMBio em Mococa (SP). Espécie é uma das que mais correm perigo. Foto: Rogério Cunha/ ICMBio
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