Campanha busca recursos para filme sobre locais usados pela repressão

“Vista Grossa”, documentário que começou como curta-metragem estudantil, aborda a memória (ou a falta de) em Curitiba, em torno da ditadura civil-militar


Da campanha de “Vista Grossa” | De Curitiba (PR)

“Vista Grossa” é um longa-metragem documentário que começou como um projeto estudantil de curta-metragem, gravado em 2019 [como trabalho interdisciplinar do curso de Técnico em Produção de Áudio e Vídeo, do Colégio Estadual do Paraná].

Para ser concluído, o projeto realiza agora campanha de financiamento coletivo.

Os recursos a serem arrecadados são necessários para:

  • a gravação (e mesmo regravação) de mais imagens e áudios;
  • pesquisa e aquisição de imagens de arquivo referentes a Curitiba, entre 1964 e 1985;
  • processo de edição e finalização;
  • distribuição e inscrição do filme em festivais.

O filme discorre sobre a falta da memória curitibana em relação à ditadura civil-militar (1964-1985).

Principalmente, essa falta percebida nas construções e edifícios urbanos que sediaram quartéis generais e outros locais, dentre eles alguns clandestinos, usados para apreensão e tortura de milhares de pessoas; bem como locais de resistência e luta de estudantes, artistas, trabalhadores e ativistas contrários à ditadura.

O filme segue três principais linhas narrativas: o passado, o presente e a resistência. Não necessariamente ocorrendo de forma cronológica, porém uma se contrapondo à outra, ao longo do filme.

O passado é registrado a partir de imagens de arquivos de Curitiba, que ilustram o período da repressão.

A condução dessa linha narrativa é dada por entrevistas/depoimentos:

  • Narciso Pires, preso político e torturado;
  • Beth Fortes e Judite Trindade (companheiras de cela), presas por militância estudantil durante a ditadura;
  • Jorge Bohner, militar aposentado que viveu na época;
  • Luiz Gabriel da Silva, historiador especializado em estudar a ditadura militar em Curitiba e os espaços de opressão e resistência.

Com as entrevistas, se torna evidente a diferença do cotidiano entre presos políticos e do militar que atuou na época, como são suas vidas hoje, as sequelas pós-traumáticas, no que acreditam e como lidam com o contexto político atual.

O filme mostrará os então locais de opressão, transformados em outros estabelecimentos, tornando evidente o apagamento da história.

MAIS DEPOIMENTOS

Algumas pessoas que frequentam esses locais são entrevistadas e questionadas em relação ao seu conhecimento sobre aquele regime militar; se acreditam que houve uma ditadura em Curitiba e se sabem o que foi aquele local, na época.

Também são mostrados alguns dos locais de resistência – a maioria continua resistindo até hoje.

Lá, ocorrem entrevistas rápidas com militantes atuantes que estão ocupando esses espaços. Fazendo um contraponto, há imagens de placas de ruas, bustos e outros monumentos que ainda estão pela cidade, em homenagem aos torturadores e ditadores.

A campanha de financiamento coletivo de “Vista Grossa” ocorre no Vakinha. Para saber mais detalhes do projeto e contribuir, clique aqui.


Imagem em destaque: arte de divulgação do documentário


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