Projeto da Unila instala bibliotecas em escolas na Tríplice Fronteira

A mais recente foi inaugurada em Puerto Iguazú. Formação de educadores e de público leitor também faz parte da iniciativa da universidade pública.


Da Assessoria de Comunicação da Unila | De Puerto Iguazú (Argentina)

O projeto “Vivendo livros latino-americanos na Tríplice Fronteira” expandiu o território de atuação com a criação de um novo espaço destinado a livros dos anos iniciais do ensino fundamental.

Trata-se da Biblioteca Arco-íris de Saberes, construída, por meio do projeto, na Escola 722, de Puerto Iguazú, na Argentina.

O projeto é da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila).

A inauguração da biblioteca foi no último dia 6, e contou com presença de estudantes e professores da escola, além de autoridades locais.

O grupo que compõe o projeto – formado por estudantes e docentes da Unila – também já remodelou o espaço físico de outras duas bibliotecas escolares: a da Escola Municipal Brigadeiro Antônio de Sampaio, localizada na zona rural de Foz do Iguaçu, e a da Escuela San Agustín, em Ciudad del Este, no Paraguai.

A tríplice fronteira – área de abrangência da Unila – é formada por estes três municípios: Foz do Iguaçu, no lado brasileiro; Puerto Iguazú, no lado argentino; e Ciudad del Este, no lado paraguaio.

CONSTRUÇÃO COLETIVA

A construção do espaço de leitura na escola argentina ocorreu de forma coletiva. Integrantes do projeto realizaram mutirões de limpeza, reciclagem de objetos e rifas para a  compra de materiais.

O projeto também recebeu doações e teve apoio da prefeitura de Puerto Iguazú, que colaborou com a mão de obra.

Uma estudante de Arquitetura da Unila, bolsista do projeto, contribuiu com a parte técnica da construção da biblioteca, que passa a abrigar um acervo de cerca de 400 livros. Previamente à remodelação do espaço, assim como em outras escolas, houve um trabalho de organização e catálogo do acervo.

ESPAÇO

O ambiente físico das bibliotecas nas escolas é objeto de estudo do projeto, cujo um dos propósitos é avaliar de que forma o espaço bibliotecário interfere na mediação da leitura. O projeto visa, também, incentivar o interesse dos estudantes pela leitura.

A iniciativa atua, ainda, na formação dos educadores por meio de sensibilização e diálogo sobre o que é literatura infantil – e como trabalhá-la no âmbito escolar – e, também, na consolidação de acervos referentes à literatura latino-americana.

“Buscamos despertar a leitura, entendendo o livro como possibilidade do lúdico, da reflexão, da fala, como fonte de discussão ética e da literariedade, sempre visando um espaço democrático de debate”, explica a docente da Unila Mariana Cortez, coordenadora do projeto.

Os integrantes do projeto também realizam visitas às escolas, para contação de histórias aos alunos, trazendo, nesses momentos, discussões que trabalham na perspectiva do resgate da identidade e da cultura da região fronteiriça e o compartilhamento de experiências.

Neste semestre, o grupo do projeto tem realizado visitas na Escuela San Agustín, em Ciudad del Este. No ano que vem, será a vez da Escola 722, da Argentina.

As ações na Escola Municipal Brigadeiro Antonio de Sampaio foram encerradas, porém, há um esforço para medir o impacto do projeto em relação ao hábito de leitura dos alunos. “Um dos critérios para avaliar o impacto é como a leitura está chegando à casa dos estudantes. Estamos colhendo depoimentos de pais que relatam se a criança contou a história e como a contou. Estamos avaliando de que forma a comunidade está mobilizada e também observando nosso trabalho”, diz Cortez.

A Unila foi criada pelo governo brasileiro em 2010, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dentro do programa de expansão do ensino superior público pelo país.



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