Sutilezas que matam. Por G.O. Aragão

O tratamento dado pelo jornalão aos fatos apurados foi questionado em sala de aula, dissecado e desmascarado. “Viva a escola pública!”, convoca texto do nosso colunista professor Geraldo Oliveira Aragão

 

SUTILEZAS QUE MATAM
G. O. Aragão*

Recordo-me de uma matéria publicada no jornal “O Globo”, mas não sei precisar a sua data**; o certo é que dava muita ênfase às viagens internacionais feitas por vários governadores do Brasil. O que mais despertou minha curiosidade foi o destaque dado ao governador da Bahia, na época, Jaques Wagner. Ele era o único que aparecia num aeroporto junto a uma enorme aeronave.

Pela manchete do jornal o que parecia mais gravoso naquelas viagens era a quantidade de dias que os governadores passaram fora naquele ano e o recorde era do JW. Resolvi então ler a matéria inteira e pude ver que, a meu juízo, o número de dias fora era algo secundário, diante dos gastos revelados pelo próprio jornal.

Como professor e militante social ativo, resolvi apresentar a matéria em sala de aula, precedida de uma enquete para saber o que seria mais importante para um contribuinte/eleitor saber, se os dias fora ou o que cada governador gastou; ganhou, por unanimidade, o custo.

Dissecamos toda a matéria e concluímos que o governador da Bahia, embora liderasse, quanto ao número de dias, foi o que levou menor comitiva, gastou bem menos e realizou muito mais negócios de interesse do seu estado.

Verificamos também que os maiores gastos foram atribuídos aos governadores de Minas (Aécio Neves***) e do Rio de Janeiro (Sérgio Cabral). Tudo isto estava embutido na matéria, mas na ênfase da manchete o vilão era JW.

Será que é por isso que tentaram engendrar, na parcela mais desatenta da sociedade, esta excrescência rotulada de “ESCOLA SEM PARTIDO”?

Viva a Escola Pública! – viva a memória Nacional!

Rio, 27 de fevereiro de 2018.

*Geraldo Oliveira Aragão nasceu no município de Nossa Senhora da Glória, sertão do Estado de Sergipe, em 03/10/ 1949, mora na Cidade do Rio de Janeiro desde 1969, onde é professor de Estatística na rede estadual de ensino. É membro da Academia Gloriense de Letras e benemérito da Academia Brasileira de Literatura de Cordel.

** Nota da Rede Macuco 1: a “reportagem” é de 26/05/2012 (ver aqui)

*** Nota da Rede Macuco 2: o cargo já era ocupado, à ocasião, por Antônio Anastasia, correligionário e sucessor de Aécio Neves


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