A situação melhorou bastante em 20 anos, mas desigualdade ainda segue gritante
Por Wagner de Alcântara Aragão, com informações do Ipea
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão público federal, divulgou nesta semana um estudo sobre as desigualdades entre gêneros e etnias no Brasil, o qual mostra como, neste Dia Internacional da Mulher, as brasileiras ainda têm desafios gigantes pela frente. O trabalho do Ipea revela que a situação melhorou muito, de 1995 a 2015 (período abarcado pelo levantamento). Todavia, segue bastante crítica – sobretudo se levarmos em conta o atual estágio de retrocesso econômico e social vivenciado pelo país.
O estudo constata, por exemplo, que em 2015 a renda das mulheres negras cresceu 80% em relação a 1995, acréscimo bem maior que o do rendimento de homens brancos (11%). Mesmo assim, hoje um homem empregado recebe, em média, duas vezes e meia mais que uma mulher negra. Acompanhe a comparação no gráfico abaixo:
As mulheres negras são também maiores vítimas do desemprego. A taxa de desocupação entre a população feminina negra é quase 50% maior do que a taxa de desocupação para homens negros, e praticamente 80% acima da taxa de desocupação dos homens brancos. Confira outro gráfico:
O estudo do Ipea conclui também que as mulheres (brancas e negras) trabalham, em média, sete horas e meia a mais que os homens, por semana. “Em 2015, a jornada total média das mulheres era de 53,6 horas, enquanto a dos homens era de 46,1 horas. Em relação às atividades não remuneradas, mais de 90% das mulheres declararam realizar atividades domésticas – proporção que se manteve quase inalterada ao longo de 20 anos, assim como a dos homens (em torno de 50%)”, frisa texto de divulgação do estudo.
Denominado “Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça”, o trabalho tem base em séries históricas de 1995 a 2015 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Divulgada na segunda-feira, 06 de março, a pesquisa faz parte de um projeto realizado pelo Ipea desde 2004 em parceria com a ONU Mulheres.
Acesse aqui outras conclusões e o estudo completo.
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