A escola indígena que luta para continuar aberta

Lideranças dos povos Baniwa e Corapisco, na região do Alto Rio Negro, fazem campanha para conseguir recursos necessários para reabertura de unidade de ensino que está há dois anos fechada

Por Juliana Radler, do ISA | De São Gabriel da Cachoeira (AM)

Considerada modelo de inovação na educação escolar indígena no Brasil, a Escola Baniwa e Coripaco Pamáali, na Terra Indígena Alto Rio Negro, em São Gabriel da Cachoeira (AM), precisa de ajuda financeira para voltar a ter aulas.

Com a infraestrutura deteriorada após 16 anos de funcionamento no meio da floresta amazônica – mais exatamente no Rio Içana, um afluente do Alto Rio Negro -, a escola fechou seu campus no fim de 2016. Sem verba para custear obras e com recursos insuficientes para merenda e transporte, 107 jovens indígenas ficaram sem aulas no local.

Diante da gravidade do quadro, a Associação Conselho da Escola Pamáali (Acep), órgão gestor da escola, a Organização Indígena da Bacia do Içana (Oibi), com apoio do Instituto Socioambiental (ISA), mantém campanha pública para angariar os recursos necessários para que a escola continue a existir.

“Muitos alunos não quiseram ser deslocados para outras escolas porque não existe na região um ensino como o da Pamáali. Os repasses do poder público são insuficientes e a reforma prevista pelo Ministério da Educação (MEC) não atende a todas as necessidades estruturais da escola. Por isso, estamos pedindo a ajuda das pessoas para reabrir a Pamáali”, ressalta André Baniwa, uma liderança das principais lideranças Baniwa e integrante da Oibi.

Fundada no ano 2000, a Pamáali sempre foi um exemplo de educação e pesquisa intercultural, sendo reconhecida pelo MEC como instituição de referência em inovação e criatividade na educação básica no Brasil. A metodologia de ensino via pesquisa parte do conhecimento tradicional e dialoga com os conhecimentos acadêmicos e científicos “dos brancos”.

As histórias de origem da humanidade a partir da visão dos povos Baniwa e Coripaco, a medicina indígena e o manejo de recursos estão entre os principais temas estudados.

Localização da escola. Foto de Irineu Laureano

A Pamáali atende alunos dos ensinos fundamental e médio de toda a região do rio Içana. Os Baniwa e Coripaco, povos falantes de língua Aruaque, vivem nas fronteiras do Brasil, Colômbia e Venezuela. No lado brasileiro, são a maior etnia habitando as terras indígenas do Alto e Médio rio Negro, com uma população de aproximadamente 6 mil pessoas. Saiba mais sobre os Baniwa e os Coripaco.

A reforma para reabertura do campus da Pamáali necessita de R$ 100 mil para ser concluída. Esse valor será somado aos esforços que os Baniwa e Coripaco vem fazendo localmente com mutirões e arrecadações para verem sua escola-modelo funcionar novamente.

  • Para contribuir com os povos Baniwa e Coripaco, faça doações por depósito na conta abaixo:
    Banco do Brasil
    Agência: 1136-3
    Conta Corrente: 18.400-4
    Associação Conselho da Escola Pamáali – ACEP
    CNPJ: 04.911.496/0001-06
    Contato de referência: João Florentino da Silva (Diretor-presidente da ACEP)
    E-mail: pamaali.eibc@gmail.com
  • A Acep pede aos apoiadores que notifiquem a doação para o e-mail acima de modo a garantir o registro dos nomes dos “padrinhos” e “madrinhas” da escola. Quem quiser permanecer anônimo, contudo, não precisa se identificar.
  • Mais informações:
    Juliana Radler
    jornalista do Programa Rio Negro do ISA
    julianaradler@socioambiental.org
    (97) 3471-1156 / 2193 / 2182
    End.: Rua Projetada 70, Centro, São Gabriel da Cachoeira (AM)

Imagem em destaque: crianças da comunidade. Foto de Fábio Albuquerque


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