Ocos. Por G.O.Aragão

“Sou bromélia da caatinga/ O meu nome é macambira…”. Em versos, reflexões sobre a complexidade da vida


OCOS
Por Geraldo Oliveira Aragão* | Do Rio de Janeiro (RJ)

Se eu vivo até hoje
Envolto em felicidade
Foi meu encontro contigo
Que deu-me longevidade,
Tu és uma alma boa
Nosso amor aqui entoa
Virou uma raridade.

Sou bromélia da caatinga
O meu nome é macambira
Tenho folhas espinhentas
Bem diferente da embira.
Não tenho a cara amarrada
E nem a língua afiada
Feito dente de traíra.

Com domicílio incerto
Sou um pouco gira-mundo
Sou pica-pau da floresta
Um “bon-vivant” furimbundo
Sobrevivo nas encostas
Pra ninguém viro as costas
Vivo bem com todo mundo.

O passarinho bicudo
É parceiro inspirador;
Tem também cabeça dura,
Zeloso reprodutor.
Num ponto nós diferimos
Na hora que conferimos
A discrição no amor.

O ser humano é devasso
Gosta de um pano de fundo
Na feitura dos bruguelos
É patente, não confundo
A floresta é sua nau
Ele no oco do pau
E eu no oco do mundo.

G. O. Aragão – Março/2022



Imagem em destaque: bromélia da caatinga recentemente descoberta por pesquisa da Univasf (Universidade Federal do Vale do São Francisco). Foto: A. P. Fontana




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