Uma agenda de celebrações pelos 100 anos da Semana de Arte Moderna

Confira atividades em São Paulo (capital e Santos); Rio de Janeiro (capital), Bahia (Vitória da Conquista) e Minas Gerais (Belo Horizonte).


Do Jornal do Brasil | Do Rio de Janeiro (RJ)
Da Agência Brasil | De Brasília (DF)
Da Prefeitura de Santos | De Santos (SP)

Em diversas partes do Brasil, eventos culturais celebram o centenário da Semana de Arte Moderna.

Além da comemoração, a programação também ajuda a contar um pouco sobre a história da semana e rediscute sua importância e legado.

A maior parte dos eventos está programada para ocorrer em São Paulo, cidade que abrigou a Semana de Arte Moderna em fevereiro de 1922.

O governo paulista, por exemplo, promove projeções no Palácio dos Bandeirantes.

Já a Prefeitura de São Paulo promove o Projeto 22+100, que trará uma série de atividades marcadas para ocorrer no período de 100 dias, até 1º de maio.

A Agenda Tarsila, iniciativa que faz parte do projeto Modernismo Hoje, com realização da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, também reúne um compilado de exposições e de eventos que vão ocorrer este ano em celebração ao centenário.

Mas a programação não é uma exclusividade da capital.

No litoral, em Santos, de relação direta com o movimento de artistas da Semana de Arte Moderna, também há eventos comemorativos.

E em outros estados também, como no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e na Bahia, por exemplo.

Confira parte da programação:

SÃO PAULO, CAPITAL

Conjunto Nacional
Com curadoria de Vera Simões, 13 artistas contemporâneos prestam homenagem aos artistas modernistas de 22, durante todo o mês de fevereiro. Banners com arte impressa desses13 artistas estampam a fachada do Conjunto Nacional, que fica na Avenida Paulista. Cada banner homenageia um artista modernista.

Fiesp
No Centro Cultural Fiesp, localizado na Avenida Paulista, está em cartaz a exposição Era uma Vez o Moderno. A mostra, gratuita e com curadoria de Luiz Armando Bagolin e de Fabrício Reiner, reúne diários, cartas, manuscritos, fotos e obras dos artistas e intelectuais que fizeram parte de diversas iniciativas em torno da implantação de uma arte moderna no Brasil, entre os anos de 1910 e 1944. A exposição conta com mais de 300 obras e documentos e segue até o dia 29 de maio. Entre os quadros em exibição está O Homem Amarelo, um dos mais conhecidos de Anita Malfatti. A pintura esteve na exposição de 1917 e na Semana de Arte Moderna de 1922.

Centro Cultural Banco do Brasil
No centro da capital paulista está em cartaz a exposição Brasilidade Pós-Modernismo. A mostra vai até o dia 7 de março no Centro Cultural Banco do Brasil e apresenta trabalhos contemporâneos de 51 artistas como Tunga, Adriana Varejão e Cildo Meireles, entre outros. A mostra chama a atenção para as diversas características da arte contemporânea brasileira da atualidade cuja existência se deve, em parte, ao legado da ousadia artística cultural proposta pelo Modernismo. A entrada é gratuita.

Pinacoteca
Na Pinacoteca, a exposição Modernismo: destaques do acervo fica em cartaz até o dia 31 de dezembro. A mostra é composta por 134 obras de artistas ligados ao modernismo e que estarão espalhadas por diversas salas do museu. Dentre as obras está a pintura Amigos, de Di Cavalcanti, que fez parte da exposição histórica que inaugurou a Semana de Arte Moderna, no Theatro Municipal de São Paulo. Também estará em destaque a obra Antropofagia, de Tarsila do Amaral.

Museu Afro
Padre Jesuíno do Monte Carmelo aos Olhos de Mário de Andrade é a exposição em cartaz no Museu Afro Brasil, que traz ao museu 27 obras do padre Jesuíno do Monte Carmelo, provenientes de igrejas das cidades de Itu e de São Paulo. A pesquisa sobre as pinturas das igrejas e dos conventos da cidade de Itu foi uma das últimas feitas por Mário de Andrade, um dos grandes nomes do Modernismo brasileiro. A mostra pode ser conferida até o dia 30 de junho.

Instituto Moreira Salles
Modernidades fora de foco: a fotografia e o cinema no Brasil é a exposição que o Instituto Moreira Salles está preparando para este ano para dialogar com o centenário, apresentando duas expressões artísticas que ficaram de fora da Semana: a fotografia e o cinema. A exposição, prevista para o segundo semestre, deve explorar o processo de urbanização ocorrido nas principais cidades brasileiras à época – Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Belém, Belo Horizonte, Salvador e Porto Alegre – durante a Primeira República (1889-1930).

Theatro Municipal
O Municipal terá, entre os dias 10 e 17 de fevereiro, uma programação especial, que conta com apresentações da Orquestra Sinfônica Municipal, Coral Paulistano, Quarteto de Cordas e Balé da Cidade, ciclo de encontros, shows, sarau e expedições e diversas atividades. A programação é uma celebração à Semana de Arte Moderna, que aconteceu no mesmo museu há 100 anos.

Memorial da América Latina
O público que visitar o Memorial da América Latina poderá conferir, nas pilastras do Pavilhão da Criatividade Darcy Ribeiro, a exposição de 16 caricaturas gigantes de artistas ligados ao movimento de 22. A mostra tem curadoria de Jal, presidente da Associação dos Cartunistas do Brasil. A entrada é gratuita.

BAHIA, VITÓRIA DA CONQUISTA

Casa Memorial Régis Pacheco
A exposição multilinguagem Arte Conquista, no Memorial Governador Régis Pacheco apresenta obras de 20 artistas, das mais variadas artes – plásticas, fotografia, música, teatro, literatura e dança – e com influências que remetem ao movimento modernista. Até 28 de fevereiro.

MINAS GERAIS, BELO HORIZONTE

Palácio da Liberdade
Já o Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, apresenta a exposição Recortes Modernos do artista Alfredo Ceschiatti. A mostra conta com obras que compreendem o período de 1942 a 1969. São 13 esculturas de Ceschiatti, que é um dos mais notáveis nomes do modernismo brasileiro e mundial. A exposição poderá ser vista gratuitamente até 13 de março.

RIO DE JANEIRO, CAPITAL

Paço Imperial
No Paço Imperial, o público confere, até o dia 20 de março, a exposição A Afirmação Modernista – A Paisagem e o Popular Carioca na Coleção Banerj, com mais de 120 pinturas, desenhos, gravuras e esculturas.

Festa Literária das Periferias
Até o dia 18 de fevereiro, o Museu de Arte do Rio (MAR) e o Museu da História e Cultura Afro-Brasileira (Muhcab) apresentam a Festa Literária das Periferiras (Flup), que vai celebrar o modernismo negro, homenageando Lima Barreto, Pixinguinha e Josephine Baker. A programação abrange shows, mesas de debate, performances e espetáculos de dança. A programação do evento pode ser consultada na internet. (com Agência Brasil)

SÃO PAULO, SANTOS

Teatro Guarany
Ocorre entre os dias 17 e 19 de fevereiro uma série de atividades no Teatro Guarany (Praça dos Andradas s/nº – Centro Histórico). Reunindo música, cinema e literatura, na ocasião também haverá bate-papos com convidados especiais e exposições.

Uma das atrações do primeiro dia de programação gratuita, no dia 17 (quinta-feira), a partir das 19h30, será o ‘Cine Concerto’, composto e executado por Anselmo Mancini, acompanhado pela violinista Maria Emília Paredes. Os músicos tocarão simultaneamente durante a exibição de trechos de filmes que marcaram o ‘Cinema Novo’.

Na mesma noite, a obra de Villa-Lobos ganhará destaque. A importância do compositor será abordada pelo professor Iury Cardoso, que também falará a respeito dos novos métodos de educação musical. Mantendo o clima musical, o Quarteto Caiçara tocará canções feitas por Villa-Lobos e Gilberto Mendes. Em sua composição, o grupo traz Vinicius Mendes e Rômulo Moreira nos violinos, Otávio Monteiro na viola, e Jeff Moura no violoncelo.

No dia 18 (sexta-feira), a programação começará mais cedo, às 14h, com projeção de documentários sobre a obra de Cândido Portinari, Patrícia Galvão (Pagu), além de histórias da Semana de Arte Moderna de 1922.

A partir das 18h30 vai rolar a exibição do filme ‘Macunaíma’, seguido de um bate-papo sobre o longa-metragem, às 20h45, com participações dos professores Márcia Okida e Edson Delmiro, com mediação de Raquel Pelegrini.

Dia 19 (sábado) será a vez da literatura fechar a programação. Às 16h, o bate-papo será sobre os autores da Semana de 22, com a participação dos jornalistas Manuel da Costa Pinto e Alessandro Atanes. A mediação será de José Luiz Tahan.

A partir das 19h acontece o bate-papo com o tema ‘1922 a Semana que Nunca Acabou’, mesmo título do livro do jornalista Marcos Augusto Gonçalves, que participará do painel ao lado do poeta Flávio Viegas Amoreira, tendo mais uma vez o livreiro José Luiz Tahan como mediador.

Durante os três dias de programação, integrantes da equipe técnica da Escola de Artes Cênicas Wilson Geraldo farão leituras de poemas de alguns expoentes da Semana de Arte Moderna de 1922, tais como Guilherme de Almeida, Manuel Bandeira, Mário de Andrade, Menotti Del Picchia, Ribeiro Couto e Oswald de Andrade. Será feita também a leitura do Manifesto Antropofágico.

Conduzirão as leituras Bruno Galdino, ex-aluno e atual professor da EAC; Edmea Matheus – ex-aluna e atual produtora da EAC; Vanusa de Santis, professora da EAC, e Renata Zhaneta, diretora artística da EAC.


Imagem em destaque: projeção no Palácio dos Bandeirantes, Morumbi, sede do Governo de São Paulo, na capital: uma das atrações em referência aos 100 anos da Semana de Arte Moderna. Divulgação.




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