A flora do Cerrado e sua importância ambiental e socioeconômica

Livro lançado pelo IBGE (damos o link para você baixar) apresenta toda a diversidade das gramíneas desse bioma, presentes no nosso dia a dia


Por Caio Belandi, da Agência IBGE de Notícias | Do Rio de Janeiro (RJ)

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou nesta segunda-feira, 28 de junho, a publicação “Gramíneas do Cerrado”.

Trata-se de uma edição póstuma da obra do agrônomo e pesquisador do instituto, Tarciso de Sousa Filgueiras, falecido em 2019.

Em mais de 600 páginas, o livro traz uma compilação de variadas informações sobre os grupos dessa família de plantas encontrada no bioma.

A obra está sendo divulgada nesta terça, dia 29, no Congresso Nacional de Botânica.

Considerado um dos maiores especialistas em gramíneas do Brasil, Filgueiras atuou em vários institutos de pesquisa e universidades. Foi pesquisador na Reserva Ecológica do IBGE por 16 anos, inventariando a flora do Cerrado.

Para o gerente de Recursos Naturais e Estudos Ambientais do IBGE, Leonardo Bergamini, o livro presta grande serviço para a pesquisa da vegetação brasileira e para a sociedade.

“É um verdadeiro tratado dessa família de plantas do Cerrado, com muita literatura e informação sobre as espécies pesquisadas”, afirma.

Abundantes e diversas, gramíneas têm grande importância ecológica e econômica.

As gramíneas pertencem à família botânica Poaceae, uma das mais diversas e amplamente distribuídas no mundo.

Elas também figuram entre as dez famílias com o maior número de espécies conhecidas no Brasil, estando presentes em todos os biomas do país.

O livro aborda particularmente as do Bioma Cerrado, onde se sobressaem nas formações campestres e savânicas.

Também estão representadas nos sub-bosques das florestas úmidas e pelos bambus e taquaras.

RELEVÂNCIA

Sua relevância vai além dos aspectos ecológicos: as gramíneas contribuíram diretamente para a agricultura ao longo do desenvolvimento humano, através de alimentos como o trigo, o milho, a cevada e o arroz.

Também é dessa família a cana-de-açúcar, que além de mantimento, é uma importante fonte de biocombustíveis. Os bambus, muito utilizados na construção civil, também são gramíneas.

No Cerrado e, especialmente, nos biomas Pantanal e Pampa, as pastagens naturais de gramíneas nativas são tradicionalmente utilizadas para criação de gado.

“O livro tem ampla contextualização bibliográfica e uma introdução abrangente sobre a família, sua importância e seu estudo, além de chaves de identificação e descrições botânicas de mais de 500 espécies”, explica o gerente Bergamini.

DADOS

Ao todo, são apresentadas 532 espécies, distribuídas em 117 gêneros, 28 tribos e 8 subfamílias. Boa parte do material pesquisado se encontra no acervo dos herbários do IBGE em Brasília e Salvador, que estão disponíveis para consulta pública no banco de dados digital JABOT.

A publicação traz ainda, no apêndice, uma visão geral do conteúdo em língua inglesa e uma sintética explanação sobre técnicas de coleta para estudos taxonômicos, anatômicos e citológicos.

“A equipe de apoio à publicação da obra reviu todo o material organizado pelo autor e manteve o texto o mais original possível, atualizando apenas algumas informações. Além de um material técnico valioso, essa publicação é uma homenagem a esse importante pesquisador e colega que tanto contribuiu para o conhecimento da biodiversidade e para o rico acervo dos herbários do Brasil e do mundo”, completa Bergamini.


Imagem em destaque: livro “Gramíneas do Cerrado”. Divulgação IBGE



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