A resiliência do brasileiro. Por Nayara Neves

Rejeição ao presidente da República é maior que o apoio, mas o núcleo duro desse apoio acaba vencendo no grito. Um 7 a 1 diário – não só pela goleada, como pela arquibancada atônita.


A RESILIÊNCIA DO BRASILEIRO
Por Nayara Neves | De Curitiba (PR)

Analistas políticos se desdobram para traçar o perfil psicológico do presidente da República Jair Messias Bolsonaro. Alguns acreditam que ele calcula cada passo e outros que ele é um completo ignorante.

Deixemos essa análise psicológica para os profissionais da psicologia, mas o que é visível é que o presidente joga ao vento absurdos, testando não só a inteligência, mas a paciência dos brasileiros. Cada vez mais ele tem ganhado a queda de braços contra nosso emocional, nos bombardeando com insensibilidade, arrogância, notícias distorcidadas e até mesmo mentiras, compartilhando fake news.

Nas pesquisas de opinião, Bolsonaro tem cerca de 30% de apoio dos brasileiros. O apoio parece maciço, mas a rejeição está na casa dos 40%. Embora Bolsonaro não seja apoiado pela ampla maioria dos cidadãos, o núcleo duro do bolsonarismo, às vezes, acaba vencendo no grito contra quem quer colocar no diálogo não só a sensatez, mas dados de cientistas, historiadores, sociólogos, ambientalistas e qualquer outra modalidade de estudiosos. Diante disso, a brutalidade e a barbárie têm se sobressaído.

O fato é que esse núcleo tem propagado não só as fontes das vozes da cabeça, mas também as opiniões esdrúxulas do nosso Chefe de Estado, que se acha um oprimido e ataca qualquer potencial “inimigo”, que pode botar abaixo o seu projeto de poder. A partir daí, precisamos refletir qual é exatamente esse projeto. Ele planta na nossa cabeça algumas ideias, quando o vemos ele flertando com teses antidemocráticas.

Com o governo Bolsonaro temos que bancar goleiros deixando que os diversos absurdos não passem pelo gol. Mas temos que admitir que temos vivido, todos os dias, um verdadeiro 7×1, fazendo referência a nossa derrota na Copa do Mundo para seleção da Alemanha, já que o nosso meio de campo e defesa, leiam-se partidos e Congresso, têm deixado a bola chegar no gol todos os dias e só olharem como se fizessem parte da arquibancada. Aliás, uma arquibancada insossa que tem medo de gritar e opta por lançar notas de repúdio.

Aparentemente, ainda temos muito fôlego e estamos distantes de ficar apáticos e precisamos ser incansáveis, porque aparentemente Bolsonaro quer nos vencer pelo cansaço, de modo que ignoremos as atrocidades dele, até virarmos a Coreia do Norte tupiniquim.


Imagem em destaque: torcida brasileira na Copa do Mundo de 2014, no Brasil, em Porto Alegre. Foto de José Vargas/Fotos Públicas


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