Os mais pobres e menos escolarizados têm menos contato com a rede; nas áreas rurais, conectividade ainda não alcança nem metade dos domicílios
Da Assessoria de Comunicação do Ipea | De Brasília (DF)
Alardeada como uma ferramenta democrática, a internet está cada vez mais popular no mundo todo. No Brasil, 61% dos domicílios tinham acesso à internet em 2017, segundo dados do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Comitê Gestor da Internet no Brasil, num total de 120 milhões de usuários acima de 10 anos de idade – cerca de 67% da população.
O acesso, no entanto, está longe de ser universal, segundo análise do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Enquanto mais de 90% das pessoas nas classes A e B são usuárias de internet, nas classes D e E apenas 42% estão conectados.
Há diferença também entre áreas urbanas e rurais, por exemplo. Mais de 70% dos moradores das cidades fazem uso da internet, contra 44% nas áreas rurais.
Aqueles que estudaram até o quinto ano são os que menos consomem conteúdos culturais pela internet.
“O que observamos é que os usuários mais frequentes e mais intensivos são aqueles que têm maior renda, escolaridade, entre outras características socioeconômicas. Então, existe uma estrutura de reprodução de desigualdades no mundo virtual”, afirma o técnico Frederico Barbosa, da área de planejamento e pesquisa do Ipea.
São os jovens e adultos entre 10 e 34 anos que têm maior presença no ambiente virtual.
Do total de leitores de jornais online, 58,5% estão nesse intervalo etário.
Já os internautas com 60 anos ou mais representam 5,3%.
Entre as atividades de lazer, 76% dos que acessam jogos online têm entre 10 e 34 anos, assim divididos: 27,6% de 10 a 15 anos, 28,2% (16 a 24 anos) e 20,2% (25 a 34 anos).
A diferença entre os hábitos dos públicos masculino e feminino é relativamente pequena, mas prevalece o consumo ligeiramente maior por parte dos homens.
A divisão entre homens e mulheres que usam a internet para ler jornais ou escutar música é de 51,3% e 48,7%. A presença masculina é maior nas ações de jogar online e baixar conteúdo de jogos e filmes. Mais de 60% dos usuários desses conteúdos são homens.
Imagem em destaque: cabo de conexão à internet. Por Marcello Casal Jr./Agência Brasil
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