Assentamento na Paraíba faz 30 anos; produz 200 toneladas por mês de alimentos orgânicos

A produção das famílias assentadas também é comercializada em feiras espalhadas em vários bairros de João Pessoa e nos municípios de Pitimbu, Cabedelo e Caaporã, na Paraíba, e Goiana, em Pernambuco


Da Assessoria de Comunicação Social do Incra na Paraíba | De João Pessoa (PB)

Uma das áreas de reforma agrária mais produtivas da Paraíba, o assentamento Apasa, no município de Pitimbu, a cerca de 70 quilômetros de João Pessoa, comemora, neste mês de maio, 30 anos de sua criação.

A área de quase 1,1 mil hectares, onde vivem 150 famílias de agricultores, destaca-se por ser uma das maiores produtoras de alimentos orgânicos, principalmente de hortaliças, do litoral sul da Paraíba.

Por mês, são colhidas cerca de 200 toneladas de alimentos – quase tudo cultivado por sistema agroecológico.

Grande parte da produção tem certificação orgânica pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e ajuda a abastecer as Centrais de Abastecimento (Ceasas) de João Pessoa e de Recife, no estado vizinho de Pernambuco.

OS ALIMENTOS PRODUZIDOS

Os produtos são diversificados e incluem inhame, macaxeira, batata-doce, milho, acerola, graviola, maracujá, coco verde e seco, mamão Havaí e formosa, além de uma grande variedade de hortaliças.

Os agricultores do assentamento também se dedicam à criação de animais de pequeno e de grande porte.

A produção das famílias assentadas também é comercializada em feiras espalhadas em vários bairros de João Pessoa e nos municípios de Pitimbu, Cabedelo e Caaporã, na Paraíba, e Goiana, em Pernambuco.

Nesses locais, também é vendida a produção da casa de farinha do assentamento, onde grupos de mulheres produzem tapiocas, beijus e pés-de-moleque assados na folha de bananeira.

Um grupo feminino formado no Apasa produz e vende nas feiras peças de artesanato, como bonecas de pano, flores e peças em crochê e lã.

COMIDA PARA AS ESCOLAS

As famílias ainda fornecem alimentos para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) estadual e municipal – ações governamentais que visam garantir a segurança alimentar e nutricional, principalmente em áreas rurais e entre crianças e adolescentes em idade escolar.

Para organizar a produção e a venda dos produtos agroecológicos de agricultores assentados no local e em outros assentamentos e comunidades vizinhas, foi criada em 2002 a Associação dos Agricultores e Agricultoras Agroecológicos do Litoral Sul Paraibano (Ecosul), que tem sede no Apasa.

A Secretaria de Agricultura de Pitimbu oferece acompanhamento técnico às famílias do assentamento e trator para o preparo das áreas de plantio.

Devido à grande produção agroecológica e à organização do assentamento, o Apasa recebe muitos visitantes e é objeto de estudo de professores e alunos da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), que desenvolvem pesquisas sobre a atividade agroecológica e o uso de defensivos naturais na comunidade.

ORGANIZAÇÃO E INFRAESTRUTURA

Além da produção grande e variada, a organização e a infraestrutura também são evidenciadas no Apasa.

A comunidade é estruturada em forma de agrovila e conta com ruas calçadas, rede de distribuição de água com reservatório com capacidade para 50 mil litros, assistência médica por meio de uma unidade básica de saúde instalada no assentamento e escola municipal com capacidade para 700 alunos.

O assentamento possui ainda meios próprios de transporte, que fazem o escoamento da produção e atendem a outras necessidades da comunidade.

Um veículo de passeio foi adquirido com recursos próprios pela Associação dos Trabalhadores Rurais do Projeto de Assentamento Apasa, e um caminhão, doado em 2007 pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e pelo Governo do Estado, é usado para fazer o transporte dos produtos agrícolas para as feiras.

Desde 2008, as famílias do assentamento possuem os Títulos de Domínio da terra – documento oficial emitido pelo Incra que garante a posse legal e definitiva de um imóvel rural a agricultores assentados.

A presidente da associação dos agricultores do assentamento Apasa, Janaína Santana, destaca que a comunidade vive com dignidade e tem acesso ao essencial para o bem-estar.

“Nós, do assentamento, temos uma boa qualidade de vida. Nos alimentamos bem, com alimentos saudáveis e produzidos por nós mesmos, e também contamos com uma saúde que funciona e atende às nossas necessidades no campo. Além disso, temos nossa própria fonte de renda, que vem da agricultura familiar e da comercialização dos nossos produtos nas feiras”, afirma.


Imagem em destaque: visita ao assentamento Apasa. Foto: divulgação Incra/PB



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