Agência de jornalismo alternativo se propõe a fazer o que a mídia brasileira não faz: nos contar sobre o que se passa no continente africano. Ataques sofridos por aquele país, rico em minérios utilizados para fabricação de carros elétricos, agravaram-se a partir de janeiro
Por Wagner de Alcântara Aragão – waasantista.bsky.social | De Santos (SP) e Curitiba (PR)
A Alma Preta, agência de jornalismo especializada na cobertura da temática racial no Brasil e no mundo, lançou nesta semana, em seu perfil no instagram, um pedido de ajuda financeira para realizar cobertura do conflito em curso na República Democrática do Congo.
O país, situado na África Ocidental, convive há 30 anos com conflitos – foram raros os momentos de paz nesse período, como sublinha o jornalista Pedro Borges, editor-chefe da agência.
“[Houve] pequenos intervalos de paz, e somente entre 1998 e 2007 cerca de 5,4 milhões de pessoas perderam as vidas, segundo o Comitê Internacional de Resgate (IRC)”, aponta.
A situação se agravou em 2025. Discorre Pedro Borges:
“Desde o dia 27 de janeiro, a República Democrática do Congo tem sido alvo de uma nova investida militar do exército de Ruanda e do M23, um grupo rebelde de oposição ao regime de Kinshasa. A tomada das cidades de Goma, em 27 de janeiro, e Bukavu, em 17 de fevereiro, capitais das províncias do Norte Kivu e do Sul Kivu, respectivamente, são mais capítulos do conflito.”
A República Democrática do Congo é rica em minérios, utilizados pela indústria de eletroeletrônicos e para a fabricação de carros elétricos.
Seu território, portanto, é alvo de cobiça.
Mas, mesmo diante desse cenário de guerra, crise humanitária e da relevância geopolítica do pais, aqui no Brasil a grande mídia não nos informa sobre o que se passa por lá.
Como aqui na Rede Macuco noticiamos, em tom de alerta, exatos três anos atrás, “a televisão brasileira não mostra a África”.
Cabe, então, à imprensa alternativa cumprir esse papel.
Custa, contudo, dinheiro.
Por isso fazemos coro ao pedido da Alma Preta Jornalismo, para que somemos esforços a fim de arrecadar fundos para que a agência possa cruzar o Atlântico e nos trazer, da África, um panorama do que está a ocorrer na República Democrática do Congo.
“Com suporte dos assinantes, a Alma Preta realizará uma cobertura imersiva na RDC, expondo o que está distante dos holofotes da imprensa ocidental. Em breve, traremos relatos, imagens e reportagens exclusivas direto da República Democrática do Congo. Apoie um jornalismo negro e independente que atravessa fronteiras”, enfatiza o texto da campanha.
Para contribuir, acesse <https://www.catarse.me/financie_alma_preta>.
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