Árvore tem 65 metros de altura e cinco metros de diâmetro. Está situada na Reserva Biológica da Mata Escura, sob gestão do ICMBio
Do ICMBio, via Agência Gov | De Jequitinhonha (MG)
Uma expedição científica na Reserva Biológica da Mata Escura, no Vale do Jequitinhonha (MG), descobriu o maior jequitibá-rosa já catalogado na Mata Atlântica.
Com impressionantes 65 metros de altura e mais de cinco metros de diâmetro, a árvore gigante foi localizada durante um monitoramento de muriquis-do-norte (Brachyteles hypoxanthus), primatas criticamente ameaçados de extinção.
A equipe, liderada pelo primatólogo há 30 anos Fabiano Rodrigues de Melo, da Universidade Federal de Viçosa (UFV), utilizou drones com câmeras térmicas para rastrear os animais que permite localizar os animais e identificar as árvores gigantes, cujos troncos retêm calor ao longo do dia, no entanto, acabou revelando a árvore gigante.
“Encontrar uma árvore desse porte é algo excepcional nos dias de hoje”, comemora Fabiano.
O pesquisadora explica que, com a destruição de quase 90% da cobertura original do bioma Mata Atlântica, árvores desse tamanho eram consideradas praticamente extintas.
“A maioria das áreas remanescentes são florestas secundárias, em regeneração. Existem vários parques, vários locais que pode visitar e encontrar, mas árvores desse tamanho, desse porte realmente é uma grande surpresa”, afirma.
MONITORAMENTO DA FAUNA E FLORA
A descoberta faz parte de um programa de monitoramento de fauna e flora realizado em parceria entre o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Vale, dentro da Meta Florestal 2030.
O projeto prevê a proteção e recuperação de 500 mil hectares de áreas no Brasil, incluindo parcerias com unidades de conservação e iniciativas de reflorestamento.
Para a chefe da Reserva Biológica da Mata Escura, Márcia Nogueira, o achado reforça a importância do trabalho de preservação.
“A reserva já havia nos surpreendido com o registro de uma nova espécie de opilião e agora abriga o maior jequitibá-rosa do país. Isso mostra o excelente estado de conservação da nossa biodiversidade”, sublinha.
A Reserva Biológica da Mata Escura, localizada nos municípios de Jequitinhonha e Almenara, em Minas Gerais, é uma área protegida pelo ICMBio, órgão público federal criado em 2007, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente.
Situada na transição entre a Mata Atlântica e a Caatinga, abriga uma rica biodiversidade e ecossistemas variados, com destaque para bromélias, líquens e musgos em áreas mais elevadas.
A unidade é especialmente importante para a conservação de três primatas criticamente ameaçados de extinção: o macaco-prego-do-peito-amarelo ( Cebus xanthosternos ), o bugio-ruivo ( Alouatta guariba guariba ) e o muriqui-do-norte ( Brachyteles hypoxantus ), sendo a única reserva com populações confirmadas dessas três espécies.
Além disso, a avifauna local inclui várias espécies ameaçadas em níveis global, nacional e estadual, como o gavião-pombo-grande, a tiriba-de-orelha-branca e o papagaio-de-peito-roxo.
A proteção rigorosa da área, como reserva biológica, implica em restrições de acesso e uso, voltadas prioritariamente para a pesquisa científica e a preservação integral dos ecossistemas naturais ali existentes.
Imagem em destaque: registro da árvore localizada. Foto: divulgação ICMBio/ Agência Gov
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