Até sábado, uma jornada de plantio de árvores pelo Brasil

Campanha do MST pode ser repetida por todo cidadão e cidadã. Cada muda é uma forma de contribuir contra a devastação ambiental não controlada pelo atual governo


Da Página do MST | De São Paulo (SP)

Começou no domingo, dia 20, e segue até sábado, dia 26, uma jornada de plantio de árvores em todo o Brasil.

A ação é promovida pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem (MST), em referência ao início da Primavera (dia 22) e ao Dia da Árvore (dia 21).

“Plantemos a Resistência: Contra o Genocídio e os Despejos” é o título da campanha, que faz parte do Plano Nacional Plantar Árvores e Produzir Alimentos Saudáveis, lançado pelo MST no início do ano de 2019.

A iniciativa é sobretudo uma resposta ao desmatamento recorde, às queimadas que assolam o país e à política exercida pelo governo bolsonarista.

As ações serão divididas em dois eixos principais:

o plantio massivo de árvores nas áreas ameaçadas de despejo;
e a construção de bosques em memória aos mortos pela pandemia do novo coronavírus

Além disso, estão previstos o lançamento de materiais sobre agroecologia, movimentações nas redes sociais e atos nacionais e de formações realizados on-line.

“O nosso projeto também é uma forma de denunciar a crise estrutural do capital na sua dimensão ambiental, que é acelerada pelo governo Bolsonaro”, diz a trabalhadora sem terra Bárbara Loureiro, do Setor de Produção do MST.

100 MILHÕES DE ÁRVORES EM 10 ANOS

A proposta é que, nos próximos 10 anos, famílias acampadas e assentadas Sem Terra e a sociedade em geral plantem 100 milhões de árvores em todos os estados do país.

Além de realizar a recuperação de áreas degradadas por meio da implementação de agroflorestas e quintais produtivos, o projeto também tem o objetivo de denunciar as ações de destruição ambiental do agronegócio, da mineração e construir no MST e na sociedade o entendimento de que a Reforma Agrária é sinônimo de alimentação saudável e de cuidado com os bens comuns da natureza.

O Plano Nacional de Plantio de Árvores nos trouxe o desafio de reforçar a relação entre a produção de alimentos e o cuidado com os bens comuns. O cuidado com as nascentes, com áreas de beira de rio, produção e descarte de lixo e preservação são práticas da produção agroecológica, mas que agora, em tempos de pandemia, estamos fortalecendo ainda mais, afirma Barbara.

QUEIMADAS RECORDES

Em apenas 14 dias, setembro de 2020 o Brasil já registrou mais queimadas na Amazônia e no Pantanal do que em todo o mesmo mês do ano passado.

Dados do programa Queimadas, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), mostram que nesta primeira quinzena de setembro foram identificados 20.485 focos de calor na Amazônia contra 19.925 nos trinta dias do mesmo mês em 2019.

A média para o mês já é de 1.400 queimadas por dia na região amazônica. No Pantanal, por sua vez, a primeira quinzena de setembro registrou 5.300 focos contra 2.887 nos 30 dias de setembro de 2019.

Acesse aqui a página do MST na internet e acompanhe o desenrolar das ações nesta semana.


Imagem em destaque: mutirão do MST. Foto de Gabriel Bicho. Demais fotos, de Dowglas Silva


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