Memorial da América Latina, aos 30 anos, mais necessário do que nunca

Com projeto cultural de Darcy Ribeiro e arquitetônico de Oscar Niemeyer, é um dos ícones de São Paulo. Conhecer o local é mergulhar em riquezas.


Por Wagner de Alcântara Aragão (@waasantista) | De Curitiba (PR)

2019 caminha para o fim, mas antes de terminar não poderíamos deixar passar sem registro, entre tantas efemérides, esta aqui: os 30 anos da inauguração do Memorial da América Latina.

Um espetacular complexo cultural de preservação e valorização das raízes, história, tradições, aspirações e lutas dos povos latino-americanos, ao lado da Estação Barra Funda (tanto do metrô como dos trens da CPTM), em São Paulo.

Um espaço que reserva incontáveis atrações durante o ano todo, quase todas elas – se não todas – com entrada livre e gratuita.

Ir à capital paulista e não ir ao Memorial da América Latina é como viajar a Buenos Aires e não passar em frente à Casa Rosada; ir ao Rio de Janeiro e não pisar o calçadão de Copacabana; estar em Santos e não passear nos jardins da orla.

  • Acesse o site do Memorial da América Latina e confira a programação: memorial.org.br

O Memorial da América Latina fo inaugurado em 18 de março de 1989.

A concepção cultural foi de Darcy Ribeiro, e o arquitetônico, de Oscar Niemeyer.

A construção e a implantação do empreendimento foi do Governo do Estado de São Paulo, na gestão de Orestes Quércia (o projeto era legado da gestão Franco Montoro).

As obras começaram em outubro de 1987 e ficaram prontas, portanto, um ano e meio depois.

Na reta final, estiveram sob supervisão direta do jornalista Fernando Morais, então secretário de Cultura do Estado de São Paulo.

Em 2012, conversamos com Fernando Morais, quando esteve em Curitiba lançando seu livro “Os últimos soldados da guerra fria”, sobre o Memorial da América Latina.

Era uma empreitada ousada, visionária, revolucionária, porém enfrentou resistência de setores progressistas – como do PT, lembrou Morais.

“O Zé Dirceu mesmo, meu amigo, mas na época era deputado estadual e todo dia na tribuna da Assembleia descia o pau. Até que convidamos o Fidel Castro pra inauguração e aí o Zé teve que se render”, relembra, ressaltando que depois os segmentos resistentes compreenderam o que representava o Memorial da América Latina.

De fato.

Trinta anos depois, a América Latina viu se consolidar um processo de redemocratização, experimentou recentemente políticas de soberania popular, viu o neoliberalismo reagir e, atualmente, enfrenta convulsões sociais das mais variadas ordens (com certas exceções, claro; a América Latina é grande, diversa e complexa para ser reduzida a sínteses como essa).

Visitar, entrar no Memorial da América Latina é buscar subsídios para entender as peculiaridades das nações latino-americanas.

Como disse Darcy Ribeiro, na inauguração, 30 anos atrás:

“O grande público que por aqui passar terá a alegria de perceber a capacidade de criação e a sensibilidade desses povos das Américas que foram, no passado, grandes civilizações.”


Imagem em destaque: Praça Cívica do Memorial da América Latina. Divulgação.


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