Arte e consciência na Manufatura de Monólogos

Mostra do Sesc Santos reúne 11 peças, com entrada gratuita, e que abordam assuntos fundamentais para a compreender a sociedade em que vivemos

Por Wagner de Alcântara Aragão (@waasantista) | De Santos (SP)

Temas como a dor dos povos sequestrados de África para a escravidão, inclusive sob a ótica da mulher negra; o papel da mulher na sociedade; a vida de Pagu; a loucura, a solidão, e outros conflitos pessoais e sociais compõem as peças que formam a Mostra Manufatura de Monólogos, que ocorre entre os dias 20 e 24 de fevereiro, em Santos.

Promovida pela unidade do Sesc na cidade litorânea, a “Manufatura de Monólogos” tem entrada gratuita.

Além dos espetáculos, integra a programação também um bate-papo, no dia 26, sobre processo criativo com os diretores da mostra (Nelson Baskerville e Luiz Fernando Marques Lubi) e os produtores das obras em cartaz.

De acordo com o Sesc, as peças são resultado de 11 projetos de artistas da Baixada Santista, que tiveram apresentações, como cenas independentes, dentro da programação do Mirada – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, ocorrido em setembro, em Santos. “Nesta nova fase, cada monólogo foi transformado em um espetáculo teatral”, sublinha texto de divulgação.

Um desses projetos é o “Não Ela”, “que tem como argumento a construção social por meio da perspectiva da mulher”, conforme assinala a produtora do espetáculo, Alexa Kiany, que continua: “Sendo assim, o papel da mulher na sociedade foi analisado e discutido durante o processo de criação dessa peça, chegando a um formato fragmentado de relatos e pensamentos femininos”.

A concepção e atuação no monólogo ficam a cargo de Letícia Tavares. A apresentação será no dia 21, quinta-feira, às 21h.

A sinopse da peça é a seguinte: “Um experimento científico inalatório promete libertar mulheres de seus estigmas, culpas e traumas decorrentes exclusivamente de sua existência feminina, entretanto, fragmentos de suas memórias vêm à tona como parte do procedimento. As experiências encenadas na obra são consequências de uma sociedade patriarcal com todas as suas marcas e rachaduras. Histórias de mulheres que sangram, que lutam, que sobrevivem ou que morrem, constroem uma narrativa nada linear e mesclam-se com relatos da própria atriz”.

Imagem em destaque: close do monólogo, por Martin França


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