Coxinha batendo os R$ 20. Cafezinho na faixa dos R$ 10. O quilo do almoço a mai s de R$ 100 (bem mais). Quem põe freios nessa exploração?
Por Wagner de Alcântara Aragão – waasantista.bsky.social | De Pariquera Açu (SP), Guarulhos (SP) e João Monlevade (MG)
Almoço a mais de R$ 100 o quilo. Coxinha batendo na casa dos R$ 20. Cafezinho na faixa dos R$ 10.
Quem precisa se alimentar nas lanchonetes de paradas de estrada, rodoviárias e aeroportos se depara com exorbitância assim de preços.
Não é de hoje, mas a situação tem se agravado.
Porque o que se vê é praticamente um monopólio.
Nas rodovias, no Sudeste o predomínio é da Rede Graal – marca que é sinônimo de carestia, entre viajantes.
Os passageiros dos ônibus não têm opção. Quem escolhe o posto de parada é a companhia transportadora. Chegando nele, não há como procurar outro ponto na estrada.
Nos aeroportos, como no de Guarulhos, as etiquetas dos salgados indicam que muda o estabelecimento, mas o fornecedor é o mesmo. Pode-se percorrer a praça de alimentação ou a sala de embarque de ponto a ponto, que não tem jeito: o valor do lanche é similar, quando não idêntico.
A Rede Macuco consultou a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), do Ministério da Justiça, por meio de sua assessoria de imprensa.
A resposta, embora não expresse isso, tem teor que confirma: há prática abusiva.
Se não, vejamos.
Diz o órgão:
“Conforme o Código de Defesa do Consumidor (CDC), o conceito de preço abusivo está relacionado a práticas como o aumento injustificado de valores em situações específicas – como calamidades públicas ou escassez de produtos – e a ausência de liberdade de escolha por parte do consumidor (…).”
É isso que ocorre, como já ilustrado: há ausência de liberdade de escolha por parte do consumidor que desembarca em uma parada Graal (e de qualquer outra rede) ou está confinado na sala de embarque de um aeroporto. Ou o estabelecimento é único (caso da parada no Graal) ou, quando há mais de um (aeroportos), o fornecedor dos produtos se mostra o mesmo, sem variedade no preço.
Na Rede Graal existe outro agravante: como ponto de parada, é um prestador de serviços – como de sanitários. Entretanto, para entrar e sair dos banheiros é preciso passar uma catraca e cruzar o estabelecimento comercial. Tem-se uma evidente estratégia para induzir (para não dizer forçar) o consumo.
A quem reclamar?
Segundo a Senacon, não há, em seus canais, registros de queixas de preços abusivos em postos de parada na estradas, em rodoviárias e aeroportos.
O órgão orienta ao consumidor que se sentir lesado que formalize reclamação, em plataformas como consumidor.gov.br ou ProConsumidor.
Cita os Procons locais como opção também, embora, no caso de quem está em trânsito, isso não seja viável.
“A Senacon permanece atenta e à disposição”, finaliza nota do órgão.
A Rede Macuco enviou mensagem, em 16 de abril, à Rede Graal, pedindo contato da assessoria de comunicação, imprensa ou similar, para obter um posicionamento.
No dia seguinte, 17 de abril, recebemos mensagem informando que a demanda estava em andamento, e que “oportunamente” entraria em contato.
Em 12 de junho, diante de ausência de resposta, enviamos novo e-mail. No dia seguinte, 13, a resposta da empresa, por e-mail, era a de estar “analisando a solicitação com atenção”.
Passado um mês, até este 14 de julho de 2025 não houve nenhum retorno mais.
Se chegar alguma resposta, e tão logo chegar, incluiremos aqui.
Em tempo: seguindo orientação da Senacon, esta Rede Macuco fará queixa formal ao órgão.
Imagem em destaque: parada Graal na BR-381, uma das tantas da rede, em rodovias de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, principalmente. Foto: @waasantista
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