COP 30 em Belém: Cúpula dos Povos faz o contraponto à inércia de países

Evento paralelo à Conferência das Nações Unidas ocorre até domingo, dia 16, na UFPA, às margens do Rio Guamá, na capital paraense


Por Luciano Nascimento, enviado especial da Agência Brasil | De Belém (PA)

A Cúpula dos Povos foi aberta oficialmente nesta quarta-feira (dia 12) com discursos criticando a ausência de maior participação popular na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30) e em defesa da Palestina.

Para as organizações e movimentos, países e tomadores de decisão têm se omitido ou apresentado soluções absolutamente ineficientes colocando em risco a meta de 1,5°C do Acordo de Paris.

O evento reúne cerca de 1,3 mil movimentos sociais, redes e organizações populares de todo o mundo e se estende até o dia 16 de novembro, na Universidade Federal do Pará, às margens do Rio Guamá, em Belém (PA).

A Cúpula dos Povos vai até domingo, dia 16, ao passo que a COP 30 se estende até dia 21.

A expectativa é que mais de 30 mil pessoas passem pela Cúpula, construída como uma resposta concreta dos povos ao que chamam de inércia e falta de compromisso da COP.

PROGRAMAÇÃO

Ao longo da programação, estão previstos debates sobre territórios e soberania alimentar, reparação histórica e racismo ambiental, transição energética justa, enfrentamento ao extrativismo fóssil, governança participativa, democracia e internacionalismo dos povos, cidades justas e periferias vivas, e feminismo popular e resistências das mulheres.

Além dos debates, haverá ainda vasta programação cultural que inclui Feira dos Povos, Casa das Sabedorias Ancestrais e muitas apresentações de artistas e grupos populares da Amazônia e de outras regiões do Brasil.

INÉRCIA

Na avaliação das lideranças da cúpula, apesar de alcançar sua trigésima edição, a COP tem mostrado poucos resultados práticos e, além disso, tem deixado as populações à margem das decisões tomadas durante o evento.

Antes da abertura, centenas de pessoas desfilaram com bandeiras em defesa das águas, contra a exploração das mineradoras e os combustíveis fósseis.

Bandeiras de movimentos ribeirinhos, sem-terra, quilombolas, de quebradeiras de coco, atingidos por barragens, de pessoas com deficiência e mulheres percorreram os espaços da universidade mostrando a diversidade de participações. Bandeiras palestinas também tremulavam por todos os cantos, ecoando gritos de “Palestina livre”.

A ideia, segundo os organizadores é “fortalecer a construção popular e convergir pautas de unidade das agendas: socioambiental, antipatriarcal, anticapitalista, anticolonialista, antirracista e de direitos, respeitando suas diversidades e especificidades, unidos por um futuro de bem-viver”, conforme previsto no manifesto da Cúpula dos Povos, outro ato de resistência climática lançado pelo movimento.

SOLUÇÕES

Um dos pontos de destaque da Cúpula dos Povos, a partir dos temas debatidos, é a constatação de que os países tomadores de decisão têm se omitido ou apresentado soluções absolutamente ineficientes para enfrentar a crise climática.

Eles apontam, que o clima extremo, as secas, as cheias, os deslizamentos de terras e as “falsas soluções climáticas” acabam aprofundando a desigualdade e as injustiças ambientais e climáticas, principalmente nos territórios e atingindo as populações mais vulneráveis.


Imagem em destaque: abertura da Cúpula dos Povos. Foto: Tânia Rêgo/ Agência Brasil


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