Quase 90% dos professores se dizem satisfeitos com trabalho

É o que revela pesquisa da OCDE. Levantamento trata ainda de tempo de aula perdido para manter a disciplina, saúde mental e valorização da profissão


Por Mariana Tokarnia, repórter da Agência Brasil  | Do Rio de Janeiro (RJ)

Dados da Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem (Talis), divulgada no último dia 6 pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), mostram que 87% dos professores brasileiros estão, no geral, satisfeitos com o trabalho.

O índice é próximo da média da OCDE, de 89%.

Além disso, para mais da metade, 58%, ser professor foi a primeira escolha de carreira.

O estudo, feito a partir de entrevistas com professores e diretores principalmente dos anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano), compara a educação em 53 países.

O levantamento aponta ainda que, no Brasil, os professores perdem, em média, 21% do tempo de aula para manter a ordem em sala.

Ou seja, a cada cinco horas de aula, uma hora é perdida para conseguir a atenção dos estudantes.

Enquanto no Brasil os professores perdem 21% do tempo de aula com questões relacionadas à disciplina, nos países-membros da OCDE a média é menor, 15%.

O estudo mostra que houve um aumento de dois pontos percentuais entre 2018 e 2024, tanto no Brasil quanto entre os países da organização.

Ainda de acordo com a pesquisa, quase a metade dos professores brasileiros (44%) relatam que são bastante interrompidos pelos alunos.

O patamar é mais do que o dobro registrado pela média da OCDE, que é de 18%.

ESTRESSE

Em relação ao estresse sofrido no dia a dia, o relato dos professores brasileiros é semelhante ao dos docentes dos países da OCDE: 21% dizem que o trabalho é muito estressante, enquanto a média da OCDE é 19%. O índice aumentou em sete pontos percentuais em relação à 2018 no Brasil.

Quanto aos impactos na saúde mental e física, o Brasil supera a média dos demais países pesquisados.

Entre os professores brasileiros, 16% dizem que a docência impacta negativamente na saúde mental, enquanto entre os países da OCDE, a média é 10%. Já a saúde física é muito impactada pela profissão de acordo com 12% dos professores brasileiros, enquanto a média da OCDE é 8%.

VALORIZAÇÃO

O estudo destaca que a valorização dos professores é importante para manter os bons profissionais na carreira.

No Brasil, no entanto, apenas 14% acreditam que os professores são valorizados na sociedade.

Esse percentual aumentou três pontos percentuais em relação a 2018, mas segue inferior à média da OCDE, de 22%.

O mesmo percentual (14%) acredita que os professores são valorizados nas políticas públicas do país, um aumento de 8 pontos percentuais em relação ao último estudo.

A média da OCDE é 16%.

SATISFAÇÃO COM O TRABALHO

Apesar do cenário, a maior parte dos professores brasileiros, 87%, afirma que, no geral, está satisfeito com o trabalho – mesmo patamar registrado em 2018.

O índice é próximo da média da OCDE, de 89%. Além disso, para mais da metade, 58%, ser professor foi a primeira escolha de carreira – porcentagem similar à OCDE e a mesma de 2018.

Esta é a quarta edição da Talis, que foi realizada no Brasil entre os meses de junho e julho de 2024.

Os estudos sobre a realidade brasileira foram conduzidos pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), com a colaboração das secretarias de educação das 27 Unidades Federativas.


Imagem: atividade em sala de aula. Foto de Bruno Peres/ Agência Brasil


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