Alimentação, vacinação, brincadeiras ao ar livre, memórias e afetos estão entre os pontos ressaltados por diversos especialistas da rede de hospitais universitários da Ebserh
Por George Miranda, com edição de Ludmila Wanbergna, da Coordenadoria de Comunicação Social da Rede Ebserh | De Brasília (DF)
As férias escolares representam um momento de descanso e lazer para crianças e adolescentes, mas também exigem vigilância constante por parte dos pais e responsáveis.
Seja em casa, em viagens ou em locais como praias, piscinas e áreas de mata, diferentes aspectos da saúde infantojuvenil merecem atenção.
Para ajudar os cuidadores, profissionais da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) compartilham orientações sobre alimentação, exposição ao sol, bem-estar emocional e prevenção de acidentes.
A pediatra Milena Porfírio, do Hospital Universitário da Universidade Federal do Amapá (HU-Unifap), observa que o número de casos de insolação, desidratação, afogamentos e até incidentes com animais peçonhentos, como cobras e escorpiões, tende a aumentar nesse período.
“Crianças nunca devem ficar sozinhas ou sem supervisão por tempo indeterminado. Isso não significa superproteção, mas uma vigilância proporcional ao estágio de desenvolvimento da criança. O cérebro humano só se desenvolve por completo por volta dos 21 anos. Antes disso, a capacidade de avaliar riscos é limitada”, explica.
PRECAUÇÕES
Entre as principais precauções, Milena sugere manter medicamentos e produtos de limpeza fora do alcance, acompanhar o uso de escadas por crianças pequenas, secar o chão para evitar escorregões e incentivar a higiene das mãos.
Outro ponto de atenção é o uso indiscriminado de medicamentos.
“A automedicação pode mascarar sintomas importantes. O ideal é procurar o pediatra sempre que surgirem sinais como febre, vômitos ou lesões na pele. Além disso, ao viajar, é possível montar um kit de primeiros socorros com a ajuda do médico da criança”, indica.
VACINAS EM DIA
A pneumologista pediátrica Juliana Castanheira, do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM), comenta que as férias costumam trazer redução nas infecções respiratórias virais, devido à menor permanência em ambientes fechados.
“Com menos aglomerações, como em creches e escolas, e mais atividades ao ar livre, observamos uma queda nos casos de resfriados, por exemplo”, afirma.
Apesar da melhora, ela ressalta que vírus como o Vírus Sincicial, Influenza e Rinovírus continuam circulando e podem desencadear bronquiolites, crises de asma ou sintomas mais intensos, como pneumonia viral.
Por isso, aconselha manter as vacinas atualizadas, priorizar espaços bem ventilados e oferecer líquidos com frequência.
“Bebês devem ser protegidos de aglomerações, e os pais precisam observar sinais como febre persistente, dificuldade para respirar e sonolência excessiva”, acrescenta.
COMER FORA DA ROTINA, MAS SEM EXAGEROS
Nas férias, é comum que os hábitos alimentares saiam do padrão. O nutricionista Michel Garcia, do Hospital Universitário de Brasília (HUB-UnB), alerta que a quebra da rotina pode levar ao consumo excessivo de doces, frituras e alimentos industrializados.
“Os pais devem manter uma base de alimentação saudável com frutas, legumes e refeições completas. O equilíbrio é essencial: é possível flexibilizar, mas sem perder o controle”, frisa.
Garcia também propõe manter horários regulares para as refeições e envolver a criança no preparo dos alimentos como estratégia de educação alimentar.
“Quando a criança participa do preparo, ela se envolve mais com escolhas saudáveis e aprende sobre os alimentos de forma divertida”, salienta. Com o aumento das temperaturas, ele reforça a necessidade de intensificar a hidratação com água, sucos naturais e água de coco, evitando bebidas açucaradas.
MEMÓRIAS, VÍNCULOS E AFETO EM DIA
As férias também são um momento propício para criar memórias afetivas e fortalecer laços familiares.
A psicóloga Yadja Gonçalves, do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), do Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Ceará (UFC), considera o período estratégico para o desenvolvimento emocional das crianças.
“O lazer favorece a criatividade, a redução do estresse e a formação de vínculos sólidos. A convivência familiar, quando baseada no respeito, no apoio emocional e na escuta atenta, tem impacto direto no bem-estar dos pequenos”, pontua.
ATENÇÃO A MUDANÇAS COMPORTAMENTAIS
Contudo, ela adverte que a quebra da rotina pode gerar ansiedade, isolamento social, irritabilidade ou alterações no sono e na alimentação.
Diante disso, recomenda que os responsáveis fiquem atentos a mudanças comportamentais, como choro excessivo, apatia ou reações desproporcionais. “É importante planejar o tempo das crianças, com flexibilidade e cuidado”, declara.
BRINCADEIRAS E PASSEIOS AO AR LIVRE
Para Yadja, investir em brincadeiras criativas, passeios ao ar livre, atividades manuais e jogos em grupo contribui para um descanso mais saudável.
“Momentos de convivência sem distrações tecnológicas, com atenção e presença reais, oferecem segurança emocional. Propor experiências significativas com base nos valores da família e da comunidade é uma atitude simples, mas transformadora”, conclui.
PELE PROTEGIDA
Durante as férias, a maior exposição ao sol e à umidade aumenta a incidência de problemas de pele entre as crianças.
A dermatologista Rossana Veiga, do Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), do Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Pará (CHU-UFPA), observa que quadros como brotoejas, micoses, queimaduras solares e infestações como o bicho-geográfico (larva migrans) são mais comuns no verão.
“Essas condições aparecem com mais frequência em locais de aglomeração e contato com areia ou água contaminada”, enfatiza.
Ela garante que o uso de protetor solar é indispensável, mesmo em dias nublados.
“O fotoprotetor deve ser aplicado antes de sair de casa e reaplicado a cada duas horas ou após o contato com a água, mesmo nos produtos resistentes”. Protetores formulados especialmente para a pele infantil são os mais indicados.
ROUPAS LEVES
Entre as recomendações adicionais, estão o uso de roupas leves, de preferência de algodão, chapéus e sombrinhas, além de evitar o sol entre 10h e 16h.
Também é essencial hidratar a pele com loções suaves após o banho e garantir uma boa ingestão de líquidos.
“É preciso evitar banhos em excesso, principalmente com sabonetes agressivos ou buchas, que removem a camada protetora natural da pele, causando ressecamento e coceiras”, pontua.
SOBRE A EBSERH
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.
Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Imagem em destaque: crianças ainda durante o período de aula. Foto: Tânia Rego/ Agência Brasil
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