De cada dez brasileiros, nove sentem efeitos da carestia

Gás de cozinha, energia e alimentação seguem pressionando a inflação; confira itens que estão impactando orçamento, sobretudo dos mais pobres


Do Brasil de Fato | De Fortaleza (CE)
Por Vitor Nuzzi, da Rede Brasil Atual | De São Paulo (SP)

Uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira, dia 26, pelo instituto pelo PoderData aponta que 87% dos brasileiros têm percebido um aumento no custo das compras e contas de casa.

Segundo o levantamento, que realizou 2,5 mil entrevistas pelo país, apenas 11% das pessoas ouvidas consideram que os preços ficaram iguais, enquanto 1% afirma que eles diminuíram e outro 1% disse não saber informar.

A plataforma consultou brasileiros em 427 municípios distribuídos entre os 26 estados e o Distrito Federal (DF) e realizou as entrevistas entre os dias 19 e 21 de julho. A pesquisa tem margem de erro de dois pontos percentuais, que podem ser para mais ou para menos.

Segundo o PoderData, em setembro de 2020, por exemplo, 95% das pessoas haviam percebido o aumento nos custos. O dado caiu para 90% em janeiro deste ano e, agora, em julho, sofreu leve queda.

INDICADORES DE INFLAÇÃO

A publicação da pesquisa ocorre paralelamente ao aumento das projeções para a inflação de 2021, segundo o Banco Central (BC).

A entidade aponta que houve alta de 6,31% para 6,56% no mercado, sendo esta a 16ª vez sequencial em que as projeções do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) se ampliam.

O IPCA é medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e mensura a inflação de uma série de produtos e serviços ofertados no varejo e relacionados ao consumo pessoal de famílias brasileiras com rendimento de um a 40 salários mínimos.

Outro indicador de inflação medido pelo IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), já acumula alta de 0,72% neste mês. Foi a maior taxa para julho desde 2004.

A chamada “prévia” da inflação oficial agora soma 4,88% no ano e 8,59% em 12 meses, com duas das regiões pesquisadas superando os dois dígitos.

Itens como energia elétrica, gás (de botijão e encanado) e combustíveis continuam subindo.

Só a gasolina, por exemplo, variou 0,50% e acumula 40,32% em 12 meses.

IMPACTOS

Sete dos nove grupos registraram alta medida pelo IPCA-15, em julho.

Com taxa de 2,14%, ‘habitação’ representou impacto de 0,33 ponto percentual no índice geral. Em seguida, ‘transportes’, com 1,07% e 0,22 ponto, respectivamente. Já o grupo ‘alimentação e bebidas’, que variou 0,49%, correspondeu a 0,10 ponto.

De acordo com o IBGE, em ‘habitação’ o resultado foi novamente influenciado pelas seguintes altas:

  • da energia, +4,79%. Apenas esse item representou 0,21 ponto no IPCA-15 de julho. Houve reajuste na bandeira tarifária vermelha e aumentos em São Paulo e Curitiba.
  • dos preços tanto do gás de botijão (3,89%) como do gás encanado (2,79%), este último com reajuste registrado em São Paulo.
  • da taxa de água e esgoto, que teve aumento médio de 0,21%, após reajustes aplicados em Porto Alegre e Curitiba. Em Brasília, houve redução (-2,74%).

Já em ‘transportes’, aumentos nos preços de:

  • passagens aéreas, que haviam caído no mês anterior, subiram 5,63% em julho.
  • com reajustes em Porto Alegre, também aumentou o custo do ônibus urbano (0,16%) e intermunicipal (0,15%).
  • outras altas foram apuradas nos itens veículos próprios (0,73%), motocicletas (1,93%), automóveis usados (1,26%) e automóveis novos (0,30%).

Além de todos esses itens, subiram ainda os custos com pneu (2,76%), seguro de veículos (1,95%) e conserto de automóvel (0,40%). Com aumentos em São Paulo e Curitiba, o pedágio teve alta de 2,44%. Os combustíveis subiram menos: 0,38%, em média, ante 3,69% no mês anterior.

A alimentação no domicílio foi de 0,15%, em junho, para 0,47%. O IBGE apurou altas do leite longa vida (4,09%), frango em pedaços (3,09%), carnes (1,74%) e pão francês. Caíram os preços da cebola (-15,94%), batata inglesa (-14,77%), frutas (-1,33%) e arroz (-1,14%). Fora do domicílio, tanto o lanche (0,55%) como a refeição (0,53%) subiram menos neste mês.

ALTA EM TODAS AS ÁREAS

As 16 áreas pesquisadas tiveram alta. O índice mensal variou de 0,38% (Brasília) a 1,19% (Curitiba).

Em 12 meses, a taxa vai de 7,23% (também Brasília) a 10,55% (Fortaleza). Também supera os dois dígitos em Curitiba (10,32%), enquanto na região metropolitana de São Paulo soma 7,88%.

O IPCA e o INPC deste mês serão divulgados em 10 de agosto.


Imagem em destaque: ilustração dos itens com mais impacto no orçamento das famílias mais pobres. Divulgação Rede Brasil Atual



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