Assentamento do MST impulsiona cadeia produtiva do leite no Noroeste de São Paulo

Núcleo de reforma agrária em Andradina conta agora com agroindústria, de cooperativa das famílias (Coapar), que fabrica 15 tipos diferentes de derivados lácteos


Com informações de Solange Engelmann, da Página do MST | De Andradina (SP)

A Cooperativa de Produção, Industrialização e Comercialização Agropecuária dos Assentados e Agricultores Familiares da Região Noroeste do Estado de São Paulo, conhecida pela sigla Coapar, inaugura nesta sexta, dia 24, em Andradina, uma planta industrial de produtos lácteos.

O empreendimento agroindustrial contempla mais de 1 mil famílias que atuam na agricultura familiar em 24 assentamentos da Reforma Agrária, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) naquela parte do interior paulista, todos ligados à cooperativa.

A unidade vai produzir 15 tipos diferentes de produtos lácteos, beneficiando inicialmente dez mil litros de leite por dia, mas com a capacidade para atender 25 mil litros por turno.

“O laticínio vai produzir três sabores de iogurtes, três sabores de bebidas láctea, leite em saquinho, manteigas com e sem sal, de duzentos e quinhentos gramas, mussarela, queijo platô e queijo frescal, ricota e requeijão”, enumera o agricultor e geógrafo Lourival Plácido de Paula, integrante da Coapar e que vive no assentamento Cafeeira, no município de Castilho.

DESTINAÇÃO À MERENDA

Lorival afirma que a produção será destinada para a comercialização em políticas públicas, como Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), e para o mercado tradicional da região, como padarias, hotéis, supermercados, entre outros.

Outra meta dos assentados é no futuro encontrar distribuidores para vender em grandes centros de consumidores, como a capital de São Paulo e Campinas.

TRABALHO E RENDA

Entre os diversos impactos para as famílias assentadas, os consumidores e a sociedade em geral, Lorival aponta a melhoria na renda das famílias da cooperativa, a geração de empregos e a comercialização de produtos de qualidade e saudáveis, diretamente das áreas de reforma agrária.

“Vai gerar um pouco mais de distribuição de renda pros assentados, agregar valor na matéria-prima, nos ajudar a ter um resultado um pouco melhor das políticas públicas, com menos custo industrial, com isso permite a gente pagar um pouco a mais ao produtor.”

“Além disso”, continua o agricultor, “a gente vai tá oferecendo à população da região um alimento de qualidade, saudável, produzido com amor e carinho pelos camponeses pra eles também próprios e para a sociedade. Esse é o principal ganho da sociedade em relação ao nosso laticínio, e também vamos ter a geração de emprego. Na medida que ele [laticínio] cresce, aumenta a possibilidade de trabalho”.

HISTÓRIA

A origem da Coapar remonta há 25 anos. Ela teve início em dois assentamentos da região, Timboré e Rio Paraná. hoje conta com mais de mil famílias assentadas e abrange 24 assentamentos.

Já com a produção leiteira, o o trabalho começou há cerca de dez anos.

Porém, até o momento esse processo era feito de forma terceirizada, em outros laticínios da região, com a produção de leite em pó, iogurte, manteiga, requeijão, leite em saquinho e outros produtos.

Com a inauguração do laticínios Coapar, a industrialização passa a se concentrar toda no local da indústria.


Imagem em destaque: produção familiar de leite e derivados, em assentamentos do MST no Noroeste de São Paulo. Foto: divulgação MST




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