Américas celebram 30 anos sem poliomelite

Último caso foi registrado em 1991, no Peru. Vacinação foi decisiva para erradicar a doença. Na África, países também já estão livres


Da ONU Brasil | De Brasília (DF)

No Dia Mundial de Combate à Poliomielite, comemorado em 24 de outubro, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) celebra os 30 anos do último caso da doença nas Américas.

Em agosto de 1991, um menino peruano das montanhas Junín se tornou a última pessoa a ser detectada com o poliovírus selvagem.

Três anos depois, em 1994, as Américas se tornaram a primeira região do mundo a ser certificada como livre da pólio pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Essa conquista extraordinária foi possível graças aos esforços de vacinação em massa e à vigilância epidemiológica robusta apoiada por uma forte rede de laboratórios”, afirma a diretora da Opas, Carissa F. Etienne.

PEDIDO

O chefe do Programa de Imunização da Opas, Cuauhtemoc Ruiz Matus, pede às famílias que garantam que as crianças recebam todas as doses recomendadas da vacina contra a poliomielite.

“As vacinas contra a pólio são seguras e eficazes”, sublinha. “Quando a vacinação contra a poliomielite começou, as pessoas confiaram na imunização e essa fé permitiu que as Américas se tornassem a primeira região do mundo a eliminar a doença.”

HISTÓRICO

Em 1975, antes da vacinação generalizada, quase 6 mil crianças ficaram paralisadas nas Américas devido à poliomielite. Mas, com o apoio técnico da Opas, a cobertura vacinal em crianças menores de um ano aumentou de 25% em 1978 para mais de 80% em 1993.

Desde 1994, quando as Américas foram certificadas como livres da pólio, outras regiões da OMS alcançaram o mesmo status.

A mais recente foi a África, certificada como livre do poliovírus selvagem em agosto de 2020.

Apenas dois países no mundo continuam notificando a transmissão do poliovírus selvagem: Paquistão e Afeganistão.

SOBRE A POLIOMELITE

A poliomielite é uma doença altamente infecciosa causada por um vírus, transmitido de pessoa a pessoa por meio de matéria fecal. Embora a maioria das infecções por poliovírus não produza sintomas, o vírus pode destruir partes do sistema nervoso e causar paralisia nas pernas ou braços. Existem três tipos de poliovírus selvagens. Várias doses da vacina oral são necessárias para fornecer imunidade.

O Dia Mundial de Combate à Poliomielite é uma comemoração anual que reconhece os esforços globais para avançar rumo a um mundo livre da pólio.

ALERTA

A Opas pediu aos países que aumentem as taxas de vacinação contra a poliomielite, que diminuíram nos últimos anos devido a várias causas, incluindo o aumento da hesitação vacinal.

Mesmo antes da pandemia de covid-19, a vacinação contra a poliomielite havia caído abaixo da taxa de cobertura de 95% recomendada para prevenir a reintrodução do vírus.

Em meio à pandemia — que interrompeu serviços de saúde em toda a região, incluindo a vacinação de rotina —, as taxas de vacinação contra a pólio continuaram caindo.

Em 2020, apenas 80% das crianças haviam recebido a terceira dose da vacina oral necessária para a imunização completa. Isso corresponde a um declínio de 87% em relação a 2019.


Imagem em destaque: Zé Gotinha, personagem criado pelo governo brasileiro em 1986 (gestão José Sarney), para divulgar campanhas de vacinação contra a poliomelite. Fonte: SUS




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