A mobilização contra a privataria da Eletrobrás

Eletricitários fazem greve; Senado começa a apreciar a matéria. Confira aqui como entrar em contato com o senador de seu Estado


Da Agência Senado | De Brasília (DF)
Da Rede Brasil Atual | De São Paulo (SP)

Com indefinições quanto ao posicionamento sobre a Medida Provisória (MP) 1.031/2021, que trata da desestatização da Eletrobrás, os senadores vão apreciar a polêmica matéria em sessão deliberativa remota nesta quarta-feira, dia 16, às 16h.

Após aprovação na Câmara, a MP 1.031/2021 já foi assunto de debates no Senado.

O primeiro foi realizado na Comissão de Direitos Humanos (CDH), no dia 31 de maio.

Em audiência pública, senadores e especialistas sinalizaram temer, com a privatização da Eletrobrás, a perda da soberania no setor elétrico, o aumento considerável da tarifa de luz e a abertura de mais espaço para as térmicas, em detrimento de fontes renováveis.

A Eletrobras é responsável por pelo menos 30% da energia do país e gerou R$ 30 bilhões de lucros nos últimos três anos.

No dia 2 de junho foi promovida uma sessão temática no Plenário virtual do Senado, quando parlamentares e especialistas apontaram a necessidade de aprofundar a discussão do modelo do sistema elétrico.

Nesta terça-feira, dia 15, os debates continuaram, desta vez na Comissão de Meio Ambiente (CMA).

Autores do requerimento para a audiência (REQ 13/2021), os senadores Jean Paul Prates (PT-RN) e Paulo Rocha (PT-PA) defendem que “vozes discordantes à privatização possam se pronunciar”.

Alguns senadores criticam a deliberação da matéria em plena época de escassez de recursos hídricos, assim como o uso de uma medida provisória como instrumento para a privatização da empresa, que no dia 11 de junho completou 59 anos.

A MP precisa ter o texto final apreciado até 22 de junho para não perder validade.

TRABALHADORES EM GREVE EM DEFESA DA ELETROBRÁS PÚBLICA

Os 12 mil trabalhadores e trabalhadoras do Sistema Eletrobrás realizam greve por 72 horas, desde a zero hora desta terça-feira (15) até a zero hora de quinta-feira (17).

O eixo principal da greve da categoria é contra a privatização da Eletrobrás. As empresas que compõem o sistema Eletrobrás foram avisadas, dentro do prazo estabelecido por lei, sobre a paralisação.

“Já avisamos que os trabalhadores não efetuarão a troca de turnos e todas as atividades programadas estão suspensas”, diz o trabalhador Wellington Dias, presidente do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE).

SISTEMA PRESERVADO

Os eletricitários fazem questão de tranquilizar a população brasileira afirmando que a greve não afetará o sistema, apenas o enfraquecerá.

A não troca de turnos entre os trabalhadores que atuam no campo prejudicará apenas o atendimento de manutenção preventiva e o programado. Cerca de 70% dos trabalhadores da Eletrobrás atuam na manutenção e operação do sistema.

“Caso haja alguma emergência, o comando de greve será acionado para analisar e deliberar se será preciso enviar trabalhadores para efetuarem o conserto”, afirma o diretor do CNE, Nailor Gato.

PREJUÍZOS DA PRIVATARIA

Os eletricitários são categóricos em afirmar que a privatização da Eletrobrás vai encarecer as contas de luz para a população, além de provocar riscos de apagões.

De acordo com o CNE, dezenas de especialistas de diferentes segmentos da sociedade, setores da economia, regiões do Brasil e convicções políticas foram taxativos em afirmar os efeitos nefastos da entrega da empresa estratégica.

“A população não pode ser prejudicada pela nossa luta. Mas, é necessário que ela entenda que a soberania nacional está em jogo, que haverá aumentos de preços e é ela que pagará por tudo isso”, afirma Nailor Gato.

Os dirigentes do CNE afirmam que os trabalhadores querem o mínimo de bom senso e respeito ao povo brasileiro, e apelam para que os senadores e senadoras tenham espírito republicano e responsabilidade com uma pauta de um setor tão estratégico para o país.


Imagem em destaque: rede de transmissão de Itaipu Binacional, uma das usinas vinculadas à Eletrobrás. Foto de Alexandre Marchetti/Itaipu Binacional



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