Iniciativas comunitárias incentivam a fitoterapia

O tratamento e a cura por meio das plantas vêm ganhando adesão em projetos de saúde pública; cultura dos vegetais também é fonte de renda para trabalhadores rurais

Por Wagner de Alcântara Aragão (@waasantista) | De Curitiba (PR)

Iniciativas em três diferentes regiões do Brasil – uma em Pernambuco, outra no Espírito Santos e uma no Distrito Federal – mostram o reconhecimento que vem sendo obtido pela fitoterapia por parte de agentes públicos e comunitários em saúde.

No último dia 13, por exemplo, em Petrolina, no sertão pernambucano do São Francisco, foi lançado um projeto que estimula o plantio e o uso de plantas para fins medicinais.

“A iniciativa – chamada Jardim Suspenso – foi elaborada a partir de um projeto de intervenção de um grupo de estudantes de medicina da Universidade do Vale do São Francisco (Univasf), por meio da disciplina Saúde e Comunidade”, conforme informa reportagem do jornal Brasil de Fato.

À reportagem, o coordenador e professor da disciplina, Aristóteles Cardona Júnior, explicou a concepção do projeto: “Procuramos fazer com que os estudantes tenham contato com a realidade da rede de saúde de Petrolina já no início do curso. E a melhor forma para isso, ao meu ver, é que tenham contato direto com as necessidades e busquem construir ações que tenham a ver com o SUS [Sistema Único de Saúde].”

TRABALHADORES SEM TERRA

A produção de plantas para fins medicinais vem sendo objeto de projetos em assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), constituindo, assim, em fonte de ocupação e renda. Um desses assentamentos é o Zumbi dos Palmares, no norte do Espírito Santo, onde a agricultora Sanuza Motta participa de cursos de formação sobre o assunto promovidos pelo MST em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

À repórter Júlia Rohden, também do Brasil de Fato, a trabalhadora do assentamento capixaba defende que o cultivo de plantas medicinais pode ser feito não só em zonas rurais, como nas cidades, igualmente. “As plantas vão se adequando, quem gosta da planta vai criar uma maneira, uma alternativa. No apartamento pode não ter luz nenhuma, mas se tem claridade, perto de uma janela, de uma porta, vai dar um jeito de colocar a planta ali e ela vai responder aquilo. Inicialmente pode até ficar frágil e ter dificuldade, mas ela vai reagir, porque as plantas têm capacidade de adaptação”, orienta.

Em outro assentamento do MST, o 8 de Março, em Planaltina, no Distrito Federal, a trabalhadora rural Sandra Maria da Silva relata à reportagem do Brasil de Fato “que sentiu mudanças no corpo ao deixar de utilizar os medicamentos vendidos em farmácias”.

O acampamento onde Sandra vive produz fitoterápicos há seis anos, informa a reportagem. “Além disso, as famílias também produzem cosméticos naturais a base de plantas. Nós também fazemos sabonetes íntimos com barbatimão e aroeira, desodorante natural, shampoo para crescimento do cabelo, sinergias respiratórias feita com óleos essenciais, óleo de massagem e repelentes”, enumera a trabalhadora.

Imagem em destaque: a trabalhadora rural Sanuza Motta, do MST no Espírito Santo. Foto: Divulgação MST


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