A preocupante intervenção militar no Porto de Santos

O maior complexo portuário da América Latina está tomado por tropas do Exército, Marinha e Aeronáutica. É um aperitivo do que pode estar por vir?

Por Wagner de Alcântara Aragão | De Santos

O feriadão em Santos começou com a cidade tomada. Mas não por turistas, como era de se esperar.

Desde o fim da tarde de quarta-feira, dia 30, cerca de 1,5 mil fardados – homens do Exército, Marinha e Aeronáutica, além de policiais – ocupam o Porto de Santos, sob a justificativa oficial de garantir a retomada das operações do maior complexo portuário da América Latina, interrompidas há mais de uma semana pela greve/locaute de caminhoneiros/transportadoras.

Helicópteros sobrevoando os terminais, tanques nas principais vias de acesso e navios de guerra atracados no cais, além das pesadas armas em punho dos soldados, constituem a imagem de uma intervenção militar.

Sim, uma intervenção militar.

Cenas dos tempos do AI-5.

Na noite desta quinta-feira, dia 31, a assembleia dos caminhoneiros autônomos feita para decidir os rumos do movimento ocorreu cercada por integrantes do Exército. Como nos tempos do AI-5.

Na madrugada desta sexta, dia 1º de junho, pelos mais de dez quilômetros de extensão de cais, nos portões de entrada fardados com seu armamento faziam a vigília. Como nos tempos do AI-5.

De acordo com os veículos de imprensa de Santos e região, as informações oficiais dão conta que a intervenção militar (embora a imprensa hesite em utilizar esse termo, ainda que, em verdade, seja a expressão da realidade dos fatos) vai permanecer pelos próximos dias. A intervenção oficialmente está sendo chamada de “Operação Caiçara”.

Com as ações militares nas estradas Brasil adentro, e com essa ocupação efetiva das Forças Armadas em Santos (sem contar a intervenção em vigência no Rio de Janeiro há quase quatro meses) há indícios de que o Brasil vive uma intervenção militar – gradativa, homeopática, como quem não quer nada, mas intervenção militar. Ou seja, é o uso da força para fazer valer decisões de um governo. Um governo, no caso, ilegítimo – porque fruto de um golpe.

Imagem em destaque: a notícia na imprensa local. Foto de @waasantista


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